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Publicado: Quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Mas como acreditar? Em quem?

Um tanto difícil relembrar períodos de parecença com os dias de hoje, no terreno da política, no Brasil.

Republicano, democrático, o sistema pátrio, em tese, acolhe considerada liberdade para expressão. Até aí, diga-se, tudo bem.

Mesmo depois com um intrincado e passado tempo de devastação no exercício da democracia, instalou-se o regime de força (1964) e, a despeito de todo o poderio do sistema, não se há de dizer que tudo se resolvera. Começou pela desastrada unificação da Previdência Social, implantada com afoiteza, de molde a destruir o sistema anterior e perfeito, aquele de que cada categoria, -  indústria, comércio, transporte, bancário e outros, - regiam-se por si próprios e independentes. Não se contaminavam.

Devolvido o comando da Nação ao sistema democrático, a pouco e pouco se diria que fundadas esperanças provocariam o retorno do Brasil a uma realidade de proveito coletivo e até às vezes festejado.

Veio o fenômeno do contágio popular pela aspiração de que haveria bem menos política malsã, no contraponto do atendimento às prioridades de um povo, sempre a aspirar e merecidamente um ciclo de paz, entendimento, união e convívio social harmonioso. O bem e o bom, em suma.

Entretanto, depois de um mandato e meio do que se chamaria de “governo do povo e pelo povo”, vieram à tona os primeiros e espaçados eventos de corrupção. Na realidade, essa erva daninha já vinha cavando às escondidas, de há muito e sem parar, o exercício da maldita gatunagem.

Uma vez exposta essa fratura medonha, uma ala dos dois partidos até ali sob frágil condomínio, simula descontentamento com a conduta da dirigente maior da Nação e a capsula e depõe, na mais deprimente das farsas. O mais comprometedor e horrível dos cenários, pelos ocupantes da Câmara, a blasonar em alta voz, que aquele voto eliminatório se fazia em prol e no bem do Brasil. A mais ridícula cena de todos os tempos da famigerada classe política deste solo nacional. Essa farsa vergonhosa ganhou imagem e opinião desairosa na imprensa mundial.

Do dia da deposição da mandatária maior até esta data, o poder, corrompido desde antes, assim permanece. Vive-se o clima “lava-jato”, de que pouquíssimos escapam. Tomara continue e sobreviva ao esperneio dos nela catalogados e de nomes outros em processo de exame e captura.

Por incrível que pareça, a Justiça, timoneira da ordem e acima de suspeita, repete, constantemente, inacreditáveis vacilos.

Dentro de alguns dias fere-se o pleito das eleições, sujeito a chuvas e trovoadas, à falta de confiabilidade, a modo de atordoar os eleitores.

Otimismo e confiança?

Mas como?

Em quem?

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