Mater et Magistra (Mãe e Mestra)
A encíclica Mater et Magistra (MM) foi publicada em 15 de maio de 1961, em comemoração aos 70 anos de lançamento da Rerum Novarum (1891). Nela a Igreja se apresenta como Mãe e Mestra diante de grandes questões como "a recente evolução da Questão Social à luz da Doutrina Cristã", que é o subtítulo da obra.
O pontificado de João XXIII deixou marcas profundas na Igreja e na Doutrina Social também. A MM é considerada um marco porque reafirmou tudo quanto estava contido em documentos anteriores, como a Rerum Novarum dos tempos de Leão XIII e a Quadragesimo Anno de Pio XI. Também porque antecipou as bases das encíclicas sociais que a sucederam, como a Pacem in Terris, a Populorum Progressio e a Humanae Vitae.
No contexto de então o mundo estava se reconstruindo sob a tensão da Guerra Fria. O medo de uma guerra nuclear, sempre à espreita. Na África os países passavam pelo processo de descolonização. O desenvolvimento tecnológico trazia prosperidade para muitos povos, mas deixava outros à margem do progresso.
No que diz respeito ao capitalismo, a MM continua condenando a concentração de riqueza. Exorta que a economia volte a ser baseada numa ordem moral, com a busca do lucro após o atendimento dos interesses do bem comum e que a economia seja praticada sob os parâmetros da caridade e da justiça social.
Sobre o comunismo o Papa recorda, mais uma vez, a radical oposição existente entre cristianismo e comunismo, afirmando que não se pode admitir que os católicos optem pelo socialismo sequer moderadamente. É incrível como, até hoje, muitos cristãos ainda não se deram conta das orientações da Igreja a esse respeito.
João XXIII deixa bem claro que as idéias contidas na Rerum Novarum não caducaram 70 anos depois. O Santo Padre declara-se no dever de conservar viva a Doutrina Social anteriormente exposta e ao mesmo tempo refletir sobre as novas questões de sua época.
A Igreja Católica, perita em humanidade, coloca-se como Mãe a dar conselhos diante da vida confusa de seus filhos. Através da MM, pede que as nações mais ricas ajudem as mais pobres, alerta contra a corrida armamentista, a superpopulação e o subdesenvolvimento, situações que dão margem às piores ações humanas.
Às vezes não sabemos se existe mesmo uma solução para tanto caos no mundo. Existe sim e a Igreja vem tentando mostrar o caminho para a humanidade.
Amém!