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Publicado: Domingo, 12 de maio de 2013

Meiguice: uma homenagem às mães

Crédito: Álbum de família Meiguice: uma homenagem às mães
Dona Sebastiana recebendo o título de cidadã ituana e Olavo Volpato.

Esta é uma homenagem à dona Sebastiana Silva Martins e a todas as mães, onde quer que se encontrem. Às que já partiram, como dona Sebastiana, mas também àquelas que ainda nos confortam e nos encantam pelo simples fato de existirem, tornando melhor nosso mundo, com certeza.

A Dona Sebastiana, como era conhecida minha mãe, era uma mulher encantadora. Com seus 88 anos bem vividos, e vívidos, dedicava-se, ainda, à leitura, ao rádio e à televisão, de forma crítica e apurada.

Até o último mês de sua existência dedicou-se à leitura do evangelho para todos que participavam de seu grupo de evangelização para crianças e adultos, criado há 50 anos, em Itu, no Estado de São Paulo. Entendia, a dona Sebastiana, que a renovação do espírito deveria vir antes da renovação material.

Um dia, enquanto ouvia suas histórias escrevi este pequeno poema, que aqui fica em homenagem a todas a mulheres do mundo. Guerreiras incompreendidas, lutadoras, amantes, heroínas, são, e sempre o serão, flores colocadas em nosso caminho para perfumar nossos dias e acalmar nossas aflições mais profundas.

 

 MEIGUICE

 

Olhando para ela, e por ela,

Olho com atenção um outro lado

Um outro lado que ela traz atrás do olhar.

Uma vida, uma aventura, uma ternura

E consigo ver, ver e compreender tudo isso

Ver e calar, para poder me aprofundar

Na percepção deste outro lado

Um lado que não é dito, é percebido.

Um lado que conta histórias da vida, de toda uma vida

De uma vida encantadora.

 

Olhar, ver e calar, para poder perceber

E percebendo, encantar-me com a história humana

Um história permeada de aventuras e desventuras

Uma história construída pelos mais estranhos caminhos

De uma existência finita, que nos torna infinitos

Uma história de conquistas e perdas,

De conquistas e perdas que são ganhos.

Tudo ali, atrás daquele olhar

Um olhar que nos fala à alma,

Nos fala das noites e dos dias

De vigília, de esperança, de tormento e de bonança.

 

Mãe,

Olhando através de seu olhar, volto no tempo

E não posso deixar de ser criança.

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