Não acredito!
Se não temos mais razão para acreditar no humano
Temos razão para acreditar no divino
Que vive, pulsa, ampara, afaga...
O coração de um poeta.
Não acredito!
Não!
Eu não acredito mais no humano
Não mais acredito!
Não acredito mais na bondade
Não mais acredito na gratidão
Não mais acredito nos tempos bons
Não acredito no passado
À medida que passo meu passado a limpo
Depois de tanto acreditar!
Não acredito no bem, nas boas intenções
Não acredito!
Amizade! Compreensão! Perdão!
Respeito! Aceitação! Sentimentos!
Bondade! Gratidão...!
Que palavras são essas?
De onde vieram, senão da hipocrisia humana...
Acreditei, juro...
Até ontem mesmo, acreditei!
Mas agora não mais...
Depois de anos de espera
Depois de anos de acreditar
Não mais acredito no humano
Neste humano que vive para o imediato
Neste humano que vive para suas quimeras
Neste humano, que, desumano
Vive para seus interesses...
Sem compreender o sentir
Sem compreender a poesia
Sem compreender a alegria...
Não, não mais acredito!
Não acredito em algo, ou alguém
Que vive para “o que ganho com isso?”
Que vive para o lucro, as vantagens, o poder
Um poder mesquinho, burro, sem razão de ser...
Acredito, sim, acredito!
Acredito, e sempre acreditarei
No poder de um sorriso
No poder de um abraço
No poder de um encontro
No poder de ir ao encontro
No poder do divino
Enfim, no poder do amor infinito
Que vive, vibra, encanta a alma
E faz acreditar na existência de um coração
O coração de um poeta.