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Publicado: Sábado, 6 de março de 2010

Não é bom que o homem esteja só...

Ao criar o mundo, Deus viu que tudo era bom, mas sua obra-prima foi, sem dúvida, o ser humano. Ao criar o homem, olhou e concluiu: “Não é bom que ele esteja só”. Faltava-lhe uma companheira correspondente, não encontrada entre os animais. E assim foi feito; criou Deus a mulher, e o homem foi agradecido: “agora sim, esta é carne da minha carne, osso dos meus ossos”.

Apesar da satisfação do homem original em relação à companheira, nem sempre a mulher obteve dele e da própria sociedade o devido reconhecimento. Ao relermos a história da humanidade encontramos episódios e fases pouco nobres e nada humanas dos filhos amados de Deus. Especificamente em relação à mulher, há muito desprezo, falta de dignidade, usos e abusos; na verdade o mundo, disfarçado ou não, foi e ainda é machista.

O tempo mostrou que Deus estava certo, pois o homem não sabe viver sem ela: precisa da mulher, não só para a procriação, mas sobretudo para dar sentido à vida; para compartilhar sonhos e sentimentos, para repartir alegrias e também as tristezas.

Realmente, não é bom que o homem esteja só. Homem e mulher se complementam e se somam para formar uma só vida e apenas juntos poderão construir a felicidade humana.

Mulher ou mãe. A sociedade moderna, por diversos fatores parece indicar que só é possível escolher uma delas. Isso tem provocado inúmeras angústias na vida feminina. Para enfrentar as necessidades modernas e a cultura que se instala, a mulher foi à luta, resolveu enfrentar o mundo, se preparar, se profissionalizar e disputar espaços antes restritos aos homens. Foi bem sucedida, mas acabou perdendo o domínio que tinha no seu espaço doméstico. Agora convive com dramas de consciência e com o coração dividido entre a satisfação e até obrigação de participar do mercado de trabalho e o lar que reclama sua atenção. Ela que toda a vida desempenhou esse duplo papel, trabalhando como profissional sem carteira assinada e com salário não quantificado - muitas vezes sem reconhecimento -, encontra hoje sérias dificuldades para ser polivalente: esposa, dona de casa, mãe e profissional. Sabemos muito bem: sem apoio e compreensão da sociedade é muito difícil para as mulheres conciliar tantos papéis. E, se muitas conseguem, sabe Deus com quanto sacrifício.

Se os homens e a sociedade têm responsabilidades nesses desequilíbrios sociais, a mulher não deixa de ter sua parcela de culpa, ao aceitar a desvalorização das diferenças: em sua biologia, sua sexualidade, sensibilidade, afetividade, humor, percepção... 

Mal compreendida a essência da mulher... mal compreendida a essência materna. Somos obrigados a concordar com Sueli Caramello Uliano (www.portaldafamilia.org) quando afirma: “Um dos motivos dessa dissociação e conflito deveu-se ao fato de o feminismo, tal como o conhecemos no fim do século XX, ter situado fora do lar as possibilidades de verdadeira realização da mulher. Mas, se não há dúvida de que querer espaço para estudar e trabalhar é reivindicação justa, nada justifica o patrulhamento ideológico que visou a convencer a mulher de que dedicar-se a filhos seria abortar a sua vida profissional. Com reiterada insistência investiu-se contra os anseios de maternidade, como se no exercício da função materna não pudesse existir uma profissional, e de altíssimo gabarito! Assim como se os específicos valores de ternura, delicadeza e sensibilidade da mulher-mãe não devessem ser exercitados num trabalho profissional fora do lar. Provocou-se, com essas manipulações, um claro e feroz reducionismo, dirigido a limitar a mulher enquanto mulher. Afinal, se para afirmar-se, ela pretende apenas imitar o homem, o que na verdade está latente é uma revolta contra o modo de ser feminino, um verdadeiro complexo de inferioridade, uma inveja injustificável em face do sexo oposto... Ora, não precisamos de heroínas feministas para, simplesmente, assumir papéis masculinos. Isso é caricatura de mulher.”

Cobra duramente a falta de apoio: “Dividida nas suas aspirações mais profundas, a mulher viu-se insegura e temerosa diante da própria fertilidade, que a impediria de ascender profissionalmente. E não houve feminismo honrado que a defendesse dessa violência e influenciasse a opinião pública e pressionasse as empresas para que a mulher tivesse meios de conciliar a vida profissional e a vida familiar.”

Encerramos com as palavras de São Josemaria Escrivá: “É claro que tanto a família quanto a sociedade necessitam dessa contribuição especial, que não é de modo algum secundária. Desenvolvimento, maturidade, emancipação da mulher, não devem significar uma pretensão de igualdade - de uniformidade - com o homem, uma imitação do modo de atuar masculino: isso seria um logro, seria uma perda para a mulher; não porque ela seja mais, mas porque é diferente.”

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