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Publicado: Sexta-feira, 3 de julho de 2009

Nas ondas do rádio

Em tempos de tanta modernidade, adquiri faz poucos meses um hábito das antigas. Em vez de passar os fins de noite conectado à internet, passei a escutar o rádio com mais assiduidade. Para alguns fica parecendo coisa de gente idosa, já que o rádio foi o primeiro meio de comunicação de massa a servir de agente unificador das várias regiões do nosso grande Brasil.
 
A grande novidade é que os programas de rádio não envelheceram e ainda hoje têm muitas coisas interessantes. Não tenho medo de fazer propaganda, pois faz tempo que os leitores e leitoras estão acostumados, aqui nesta nossa coluna, a saber das coisas que me agradam ou desagradam. Então, passarei a dar nome aos bois sem maiores problemas.
 
Durante o dia, gosto de ouvir a Rádio CBN (Central Brasileira de Notícias). Trata-se de um canal exclusivo de notícias. São 24 horas de informação por dia, sem espaço para outro tipo de programa. Os âncoras (nome dado aos apresentadores principais de cada programa) são jornalistas de grande competência, sabem passar a informação, debater os assuntos e conduzi-los dando um toque de opinião pessoal, algo que os inteligentes não têm receio em fazer porque confiam inteligência dos ouvintes.
 
Entre os principais nomes da Rádio CBN, destaco Adalberto Piotto, Carlos Alberto Sardenberg e Juca Kfouri. Dentro da programação há entrevistas, debates, cobertura de notícias do país e do mundo. Todos os assuntos são abordados, dependendo do interesse que tenham para o público: política, comportamento, saúde, economia, informática, música, cultura, gastronomia, esportes, etc. A emissora também conta com vários colunistas, como Mara Luquet, Flávio Gikovate, Victor Birner, Miriam Leitão, Lúcia Hipólito, etc.
 
Devido à minha intensa jornada de trabalho, venho me transformado em ser notívago. Ou seja, não basta o trabalho diurno. Passo algumas noites da semana diante do computador, madrugada adentro, lendo e revisando textos, escrevendo ou montando páginas de jornais e revistas. Nessas ocasiões, o rádio também tem me servido de companhia.
 
Minha descoberta mais recente é a Rádio Globo, a maior emissora de rádio do país. Tomei gosto principalmente por um programa que vai ao ar entre meia-noite e três da madrugada, chamado “Planeta Rei”. Apresentada pelo radialista Beto Brito, a atração é uma volta ao passado. Diariamente é escolhido um ano do calendário e durante três horas são apresentados os maiores sucessos daquele período.
 
Além disso, os ouvintes participam ao vivo pedindo músicas das quais têm saudade, aquelas que despertam alguma lembrança especial. O tom intimista do radialista é o que faz a química do programa funcionar. Em apenas um mês, sinto como se Beto Brito fosse um primo ou tio. A empatia é tanta, que chega a parecer mesmo um parente que conheço há muitos e muitos anos.
 
A Rádio Globo tem uma linha muito mais popular e isso fica explícito em sua programação. Os apresentadores são sempre muito expansivos e “conversam” com os ouvintes como se fossem aquele amigo de todas as horas. Há participações do Padre Marcelo Rossi com orações e mensagens. Mas também há espaço para “simpatias” e horóscopo. Outro assunto constante, além dos fatos mais importantes do noticiário, são as fofocas sobre as celebridades.
 
Sempre que o ser humano inventa um jeito novo de se comunicar, aparecem uns profetas do apocalipse para desbancar tudo o que existia antes. O caso mais recente foi com a internet, que diziam iria tomar o lugar do jornal impresso, do rádio e da televisão. Pura bobagem. A internet veio com força, conquistou seu público e hoje convive pacificamente com outras mídias.
 
No caso das rádios, confesso que até pouco tempo atrás não o considerava tanto. Minha geração é a da televisão e da internet, não tem no rádio o seu meio de comunicação preferido. Porém, o bom da vida é conhecer melhor justamente aquilo que enxergamos apenas superficialmente.
 
Amém.

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