Natal Não é Data: É Estado de Espírito
As movimentações típicas de dezembro me fazem sentir compaixão dos que ignoram por completo o que se passa em torno do Natal. No último mês do ano parece que algumas pessoas procuram fazer em poucos dias o que não realizaram o ano inteiro. O tempo fica mais curto, as ocasiões multiplicam-se exponencialmente. É um festival intenso de formaturas, bailes, confraternizações, amigos-secreto, etc., sem contar a intensa maratona de visitas a lojas e shoppings centers para comprinhas e compronas.
Nesse turbilhão de atividades, muitas delas verdadeiras marés de modinhas fúteis, triste sinal da nossa contemporaneidade, como não sentir pena dos que se movem apenas por critérios materialistas? Como não ter dó de quem se preocupa apenas com as aparências? Como não rezar por aqueles que se deixam afogar nesse mar de distrações que tiram o foco do verdadeiro sentido do Natal?
Há muito aprendi que o Natal não é simples data, mais um feriado no calendário civil. Todos sabem que recorda o nascimento de Jesus de Nazaré, considerado pelos cristãos como Filho de Deus, o Ungido, o Messias, o Salvador da humanidade, o Rei do Universo. Será que sabem mesmo? Infelizmente aprendi também, por experiência prática, que muitíssimas pessoas passam o antes, o durante e o depois do Natal sem pensar em Cristo ou mesmo mencionar o nome do Nazareno sequer uma vez.
A autora norte-americana Mary Ellen Chase (1887-1973) costumava dizer que o Natal é um estado de espírito. Concordo em gênero, número e grau. Para além de questiúnculas que a turminha da má vontade tenta fazer por mimizice, o Natal é na verdade um marco na história da humanidade. Com ele temos ocasião anual de recordar o nascimento de valores como a humildade, a simplicidade, a temperança, o amor, a alegria, o perdão, etc. Não significa que, antes de Jesus, tais valores ainda não existissem. Mas a partir do nascimento de Cristo, tudo isso tornou-se universal de uma vez por todas.
Para entender isso, basta uma simples constatação a partir da hipocrisia alheia. Não há pessoa mais hipócrita (falsa) do que aquela que ignora o espírito natalino o ano inteiro, para fingir viver de acordo com ele bem no finzinho do ano. Gente egoísta e malvada, arrogante e vingativa, esnobe e rancorosa, não entende, não vive e não tem como experimentar o verdadeiro Natal, a não ser que se converta e busque deixar de lado tantos sentimentos ruins em busca de outros muito melhores.
Viver realmente o Natal é, portanto, uma meta constante e diária, ao estilo do que dizia o romancista inglês Charles Dickens (1812-1870): “Honrarei o Natal em meu coração e tentarei conservá-lo durante todo o ano”. Não foi à toa, como percebemos, a influência do espírito natalino embutido em diversos escritos desse grande autor.
Como é do meu feitio, só posso rezar para que os náufragos da futilidade alcancem uma tábua da salvação, percebendo enfim o que significa de verdade o Natal. Deus permita que deixem de lado tantas bobagens e se concentrem realmente no que é importante. Que abandonem o show de aparências e hipocrisias para buscar o espírito natalino vivenciado todos os dias. Como um ponto de partida, deixo as dicas do escrito norte-americano Oren Arnold (1900-1980): “Sugestões de presentes para o Natal: para o seu inimigo, perdão; para um oponente, tolerância; para um amigo, seu coração; para um cliente, serviço; para tudo, caridade; para toda criança, um bom exemplo; para você, respeito”.
Desejo a todos um Feliz e Santo Natal! Com tudo o que a vida de bom mas, essencialmente, com tudo o que a vida tem de realmente importante para a nossa busca pela felicidade possível neste mundo! Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo, que veio a nós pequenino! Viva o Menino Jesus!
Amém!
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