Publicado: Terça-feira, 19 de dezembro de 2006
Natal, sintonia com Cristo!
Céu é habitar com Cristo e isso já é possível na terra.
Eis que se anuncia o Natal; o nosso ano já apresenta seus primeiros sinais de estar chegando ao final. Mais dia, menos dia, vêm as perguntas: Como foi esse ano? Como foi minha vida? Qual o crescimento, especialmente espiritual, que consegui? Sem dúvida, Cristo é o melhor parâmetro para uma análise de vida e o Natal, uma das épocas propícias.
Se é um "Bom Natal" o que todos nós desejamos, isto requer uma boa preparação. Porque, como já tivemos oportunidade de dizer, um bom Natal não é somente compras, presentes, festas fartas.
Natal é um compromisso com Jesus Cristo, Deus que se encarna em Maria, se faz homem e nasce para viver entre nós - o Deus conosco.
Sem dúvida alguma uma festa magna - afinal, nasce para nós um Salvador -, a festa do nascimento do Caminho que nos conduz ao Pai, do nascimento da Verdade que nos ajuda a viver como cristão autêntico, festa do nascimento da Vida Nova, da nova maneira de viver e de agir. E é fácil encontrar-se com Ele; tendo prometido: "eis que estarei convosco todos os dias até o fim dos tempos...", cumpriu fielmente; está-nos esperando de braços abertos na Eucaristia, na Confissão - ajudando fechar feridas abertas em nossos relacionamentos nem sempre conduzidos de modo cristão; cabeça da Igreja; está presente na Palavra, vive nos nossos irmãos e mesmo dentro de nós, caminha conosco... O Natal é um dos preciosos momentos para um proveitoso encontro... Espelhemo-nos nos Reis
Magos que, ao tomarem conhecimento da Boa Notícia, foram imediatamente procurar o Salvador, sem medir esforços!
Não tão fácil é aceitarmos o Cristo, caminhar com ele, segui-lo incondicionalmente: renúncias e decisões, escolhas e mudanças... Tudo isso pode ter um preço muito alto, mesmo para nós cristãos. Será sempre necessária uma preparação para o nosso encontro com Cristo se realmente desejamos que daí resultem bons frutos.
O Natal se propõe avivar a nossa memória, relembrar o nosso dever de gratidão; pretende colocar-nos em sintonia com Cristo e lembrar que todo cristão tem o compromisso de ser seu seguidor. Somos a Igreja de Cristo, isto é, a comunidade dos que se dizem seus seguidores, daqueles que “invocam o nome do Senhor Jesus Cristo”. Temos compromisso com uma vida de comunhão: com Cristo e com todos os irmãos. Ele uniu-se aos homens através da cruz: verticalmente, ligando o Céu e a terra - Deus e os homens -, e horizontalmente, ligando os homens entre si.
Com o Cristo renascem as nossas esperanças. Entretanto, se não aproveitarmos mais essa oportunidade para entrarmos definitivamente em sintonia com Cristo, ajustar nossa vida à dele, entendendo e absorvendo as coisas boas e maravilhosas que Ele pode fazer em nossa vida, o Natal acabará se transformando em mais uma das tantas festas comuns que já temos.
Vamos ilustrar nossa reflexão com um pouco da vida de Paulo - também chamado de 13º. apóstolo. Cristo é um marco em sua vida: antes era um ferrenho opositor à Igreja primitiva, a Cristo e a sua doutrina; como judeu zeloso, achava inaceitável e mesmo escandalosa essa nova fé pregada, baseada na pessoa de Jesus crucificado e ressuscitado. Viu-se no direito de defender sua antiga fé, baseada totalmente na antiga Lei de Deus, perseguindo os discípulos de Jesus.
No caminho para Damasco, teve seu encontro com Cristo, cuja luz mudou fundamentalmente toda sua vida. E aí tem início uma nova história de um Novo Paulo, convertido e totalmente voltado para Jesus Cristo e seu Evangelho.
Cristo tornou-se a sua razão de ser e o motivo profundo de todo o seu trabalho apostólico - um dos maiores pregadores da doutrina cristã e espalhadores da Igreja através do mundo.
Portanto, é importante que tenhamos a devida consciência de quanto Jesus Cristo pode influir na nossa vida. Podemos chegar, se assim desejarmos, ao que expressa Paulo em Gl 2, 20: "Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim."
A verdade é que ninguém é mais o mesmo depois de um encontro consciente e definitivo com Cristo. E, se continuamos os mesmos, é sinal de que isso ainda não ocorreu...
Para tanto, é preciso tocá-lo - não como Tomé, evidentemente -, mas espiritualmente, e se deixar tocar por Ele, por seu modo de ser, por suas palavras e sua luz. Isso é algo pessoal e intransferível... Foi assim com Paulo, com os discípulos, com o cego de Jericó, com Zaqueu, com a samaritana, com a mulher adúltera...; foi assim com Madre Teresa, Irmã Dulce, Padre Bento, Madre Theodora e tantos outros; será assim com cada um de nós, com todos aqueles que desejem viver segundo seus ensinamentos, transformando-se num novo homem e vivendo a Vida Nova.
Afinal, o nosso amor se alimenta do encontro com Cristo. Nada o substitui, nada, nem ninguém pode ocupar o seu lugar.
Sabemos muito bem do grande desejo de Deus em fazer parte de nossa vida.
Alegremo-nos... Feliz Natal com Jesus, Maria e José!
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