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Publicado: Segunda-feira, 5 de abril de 2010

Nem tudo mudou para melhor...

Tudo mudou... o mundo não é mais o mesmo... novos tempos...

Realmente a sociedade sofreu grandes mudanças ao longo dos tempos. Novos hábitos foram incorporados, novos recursos tecnológicos e médicos têm ajudado o homem em suas tarefas e em suas lutas contra inimigos naturais.

Mas será que tudo mudou para melhor? Se o foco é a qualidade de vida, a resposta é desanimadora. Isso porque o homem ainda é o mesmo, vítima do egoísmo, da materialidade, do orgulho, do hedonismo. Relaciona-se mal com Deus e com o próximo. Como o que é mau é aquilo que sai de dentro e não o que vem de fora, o homem sofre com as próprias maldades...

Veja abaixo a crônica – O PARADOXO DE NOSSO TEMPO – , divulgada pela Rádio Jovem Pan, pela primeira vez em 1999; novamente divulgada em 2009, mostra-se muito atual, indicando que, após 10 anos, o paradoxo continua o mesmo...

“Hoje temos edifícios mais altos, mas pavios mais curtos.
Auto-estradas mais largas, mas pontos de vista mais estreitos.
Gastamos mais, mas temos menos.
Nós compramos mais, mas desfrutamos menos.
Temos casas maiores e famílias menores.
Mais conhecimento e menos poder de julgamento.
Mais medicina, mas menos saúde.
Bebemos demais, fumamos demais, gastamos de forma perdulária, rimos de menos, dirigimos rápido demais, nos irritamos facilmente.
Ficamos acordados até tarde, acordamos cansados demais...
Multiplicamos nossas posses, mas reduzimos nossos valores.
Falamos demais, amamos raramente e odiamos com muita frequência.
Aprendemos como ganhar a vida, mas não vivemos essa vida.
Fizemos coisas maiores, mas não coisas melhores.
Limpamos o ar, mas poluímos a alma.
Escrevemos mais, mas aprendemos menos.
Planejamos mais, mas realizamos menos.
Aprendemos a correr contra o tempo, mas não a esperar com paciência.
Temos maiores rendimentos, mas menor padrão moral.
Tivemos avanços na quantidade, mas não em qualidade.
Esses são tempos de refeições rápidas e digestão lenta, de homens altos e caráter baixo, lucros expressivos, mas relacionamentos rasos. Mais lazer, mas menos diversão. Maior variedade de tipos de comida, mas menos nutrição.
São dias de viagens rápidas, fraldas descartáveis e moralidade também descartável e pílulas que fazem de tudo: alegrar, aquietar, matar.”

Estamos em plena Semana Santa, revivendo o Mistério da Vida, Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. A figura central é Cristo, que veio para mudar o homem, fazê-lo novo, mas o homem resiste em converter-se, prefere permanecer o mesmo velho homem, prisioneiro de suas próprias mazelas, de suas fraquezas. Encanta-se com o progresso, mas não cuida da saúde da sociedade, que se vai degenerando em maldades, vícios, conflitos, injustiças; a vida continua ameaçada, desrespeitada, abusada; as desigualdades sociais crescem e a igualdade de direitos parece algo distante. Cristo ressuscitou, provou que é possível acabar com a cultura da morte e fazer proliferar a da vida em abundância. Mas isso depende muito do homem...

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