Nova Onda Contra o Celibato
Repercutiu muito o encontro do Papa Francisco com bispos de todo o planeta com o objetivo de tratar da proteção aos menores na Igreja. De fato, infelizmente vêm sendo descobertos inúmeros casos de abuso infantil cometidos por padres infiéis. Não é a primeira vez, porém, que a Igreja Católica faz mea culpa por causa da falta de fidelidade de seus clérigos. Em outras ocasiões, e tantas outras quanto forem necessárias, a Igreja clamará pela defesa dos pequeninos.
As repercussões do encontro podem ser conferidas na imprensa, de modo geral. Causaram impacto algumas falas de Francisco dizendo que: o feminismo é um machismo de saias; a Igreja tem seus erros e estes devem ser corrigidos, mas quem dedica a vida a difamá-la é parente e amigo do demônio; o abuso infantil cometido por pretensos “religiosos” é tão grotesco quanto o sacrifício de crianças que eram realizados por seitas pagãs num passado nem tão distante.
No artigo “Pedofilia Seletiva” (22/08/2018, ver no arquivo) já demonstrei como a grande mídia tenta colar (e consegue) no senso comum da opinião pública que a maioria dos casos de pedofilia têm como perpetradores os padres. É mentira. A maioria dos abusos são cometidos nas residências, não nas sacristias. Cometidos de modo infeliz pelos próprios pais, parentes e amigos próximos, ou pelos namorados do pai ou da mãe. Basta conferir pesquisas e estatísticas pelo mundo afora para conferir tal verdade.
Pegando carona no tema, a grande mídia vem jogando a culpa pelos casos de pedofilia na instituição do celibato sacerdotal. Diante disso, cabe marcar novamente posição em contrário e afirmar categoricamente: os casos de abuso de menores na Igreja não acontecem por causa do celibato sacerdotal. E ponto final. Milhões de fiéis católicos do mundo inteiro conhecem e testemunham a vida da grande maioria de padres, freiras e religiosos em geral que vivem com coragem e abnegação o estado celibatário. Se alguns, a minoria, não conseguem ser fiéis a esse santo propósito, não é culpa de Deus e tampouco do celibato.
Então por qual razão vemos essa nova onda contra o celibato? Porque na mentalidade mundana de uns e outros, tudo se resolve através do sexo. O que é outra mentira, todos sabemos disso. Para a mente fraca de um sem número de “comentaristas” e “especialistas”, não praticar o ato sexual causa danos na personalidade, na psicologia e na saúde dos celibatários. Quanta bobagem! É um raciocínio muito rasteiro acreditar que, decretando um “libera geral” aos sacerdotes, todos as questões da sexualidade de homens e mulheres consagrados a Deus seria resolvida num estalar de dedos...
Estudem, senhoras e senhores, estudem... O celibato foi vivido pelo próprio Filho de Deus, nosso divino Fundador. A orientação da Igreja sempre foi o da busca da castidade, tanto para solteiros quanto para os casados, tanto para os leigos quanto para os consagrados. Na sua caminhada bimilenar neste mundo, a Igreja instituiu o celibato para que os consagrados testemunhassem através dele um amor sobrenatural a Cristo e utilizassem todas as suas energias para o bem do povo e na evangelização. Religiosos e religiosas no mundo todo dedicam-se plenamente ao Evangelho, sem dividir suas paixões. E dá tudo muito certo, ora vejam, já que estamos há mais de dois mil anos em pleno funcionamento, apesar dos pesares de tantas circunstâncias históricas desfavoráveis.
Os “especialistas” e “comentaristas” que pedem o fim do celibato são todos de araque. Nunca experimentaram e nunca viveram esse mistério para considerar o assunto com propriedade. Simplesmente abrem as latrinas de suas bocas nos noticiários, sem autoridade no tema. Se entrevistassem dois ou três celibatários fiéis, certamente veriam o outro lado da moeda. Quem pede o fim do celibato na verdade sabe que este é um dos pilares da vida consagrada a Deus. Acabando com o celibato deixariam a fé católica perneta e cambaleante. Se o pedem, não é para o bem da Igreja. Muito pelo contrário: vislumbram no fim do celibato um atalho poderoso para enfraquecer gravemente o catolicismo.
Com o celibato o sacerdote deixa de ter uma só Família para ser responsável por muitas. Sem os vínculos da carne, torna-se para muitos o pai dos que não têm pai, o irmão dos que não têm irmãos, o amigo dos que não têm amizades. E imita de modo mais perfeito o próprio Jesus, que deixou tudo, exatamente tudo, para dedicar-se exclusivamente ao Reino de Deus. Se uns poucos religiosos não compreendem e não vivem isso, não é culpa do celibato, nem da Igreja e nem do Criador.
Amém.