Publicado: Terça-feira, 30 de junho de 2009
O Amor está morrendo...
Onde morre o Amor, morre Deus, pois Ele é o Amor.
Parece mesmo um disparate, uma blasfêmia falar em morte do Amor, já que vem de Deus e, por isso, está revestido de eternidade. Mas o homem é o homem... Cada dia ouvimos notícias que desanimam e, se não formos fortes em nossos princípios, acabamos parte integrante delas. Apelos não faltam e não são poucos os que aderem ao sistema dominante, predador dos bons costumes, das boas normas, da convivência irmã e fraterna. Decretaram guerra ao Amor e aos seus companheiros: respeito, tolerância sadia, paciência, perdão, fraternidade, solidariedade, compaixão... Implantam-se em ritmo acelerado o egoísmo, a disputa, a rivalidade, o ciúme, a intolerância, a discórdia, a indiferença; o relativismo moral, a pluralidade de crenças.
O Amor está abalado em suas raízes, deformado em seu verdadeiro significado. Ganhou popularidade como algo banal: “amor livre”; virou sinônimo de sexo livre.
Tempos modernos, onde não há espaço para uma cultura do amor, da vida plena.
Na verdade o amor está morrendo...
Está morrendo nas crianças abandonadas...
Está morrendo nos braços dos amantes...
Nos casamentos desfeitos...
Nos filhos esquecidos...
Está morrendo nos homicídios...
Nas violências, nos estupros...
Está morrendo junto com as drogas...
Morrendo nos assaltos, nos sequestros...
Está morrendo no desprezo pela vida...
O Amor está morrendo com a banalização do afeto, da ternura;
Está morrendo com o sexo fácil, com o relacionamento barato;
Está morrendo com os casamentos relâmpagos, que começam com quase nada e terminam por muito pouco.
Morre e leva junto a sinceridade, a amizade, a honestidade, a honradez.
O amor está morrendo no ódio contra o semelhante... Na guerra, nas ocupações...
O amor está morrendo no esbanjamento, no desperdício ...
Na falta de compostura moral...
O amor está morrendo diante das divisões, discriminações, alienações, opressões, mentiras ...
Falta Deus no mundo! Falta amor no mundo e o mais intrigante é que o amor é algo desejado ardentemente. Será então que ele é impossível? Uma utopia, um sonho inatingível? É claro que não!
É preciso reconhecer e aceitar o amor, aprender a conviver com ele, cuidar para que cresça e se fortaleça num processo contínuo, mas o que vemos é exatamente o contrário, uma deseducação para o amor, uma aprendizagem para viver sem ele...
Ausência do Amor significa ausência de Deus, o que leva o homem, invariavelmente ao esvaziamento de si, a uma miséria humana, espiritual e, como bem lembra nosso papa Bento XVI: isso “é pior que a miséria material, pois mata toda esperança firme e deixa o homem só com sua dor e seu lamento”.
Porque largamente cantado em prosa e verso, parece-nos que o amor é nosso fiel companheiro de caminhada, mas na prática o que sentimos é sua ausência, sua fragmentação e deformação. Ganhou orientação e caminhos próprios, rompeu com sua origem divina. Já não é Amor.
Semearam “ruídos” na linguagem do amor, encheram-na de falsificações e mentiras. Querem-nos convencer de que o amor pode conviver com a desigualdade, com a violência, a vingança e a exclusão. Certamente não o amor verdadeiro!
Embora todos consigam entender a linguagem do amor, poucos conseguem vencer as resistências que o mundo impõe à sua prática. Falamos de Paz, de Justiça, mas ignoramos o amor. Na verdade, a sociedade se especializou em argumentos que põem em dúvida a eficácia da prática do amor.
Se considerarmos o verdadeiro amor uma utopia, deixaremos de persegui-lo e, descuidado, desnutrido, acabará morrendo.
Um amor que gera paz e alegria; um amor que une as pessoas; um amor que nos faz sentir irmãos, filhos do mesmo Pai. É desse amor que o mundo precisa; é esse amor que Deus nos dá!
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