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Publicado: Terça-feira, 26 de agosto de 2014

O caso Marina

Distinga-se logo que o título da conversa de hoje é “O caso Marina”.

Na mera pronúncia poderia ensejar ideia de fim, colapso, término, tudo compreendido no vocábulo “ocaso”. Há um artigo definido que separa os termos.

Que fique mais fácil então dizer-se, por exemplo e opção outra e do mesmo sentido, “ A história de Marina”.

Personagem que ascendeu politicamente, tanto pela imagem de mulher que conseguira tirar sangue de pedra, nos idos de seu passado humilde. A menos que assim não seja, parece inclusive ter sido freira, religiosa ou consagrada no seu passado.

Talvez por isso mesmo, sua entrada inicial se dera entre os aficionados dos partidos que enfeixam trabalhadores. Ocorre que o principal deles, majoritário de hoje, seja o PT. Este, entanto, se aprimorou e, embebido de poder, já não há de ser reconhecido o do povo. Marina, de um salto foi a senadora e Ministra de Estado.

Hoje, 2014, quase setembro, avulta como proposta de que assuma plenos poderes de mandatária maior do país, resultado do destino inglório que tirou de cena o Eduardo.

Ainda com muita gente em visita à sepultura recente, muito povo no cemitério todos os dias, Marina tromba de frente com o coordenador de campanha que, revoltado, abdicou do encargo. Mais alguns dias e a escolha de seu Vice recai sobre o nome de um político nacionalmente desconhecido e que, esperto, já aceita por saber que quem manda é ela. 

Dia seguinte ao passamento do Eduardo Campos, noutra consulta prévia ao eleitorado, dobram-se os votos favoráveis à chapa (então ainda sem Vice) de Marina. Prova inequívoca de que, ainda, até ali, ter sido pequena no âmbito nacional a popularidade do falecido, ídolo contudo no seu estado, Pernambuco. Conclui-se que muitos eleitores dela tivessem estado em cautelosa reserva e somente agora se manifestaram.

De fato, desfeita a dobradinha, provou a prévia (ainda sem Vice) que os simpatizantes de Marina permaneciam à espreita, repita-se, em prudente quarentena.

Se se presta toda e devida atenção ao nome de Marina, já se teria desfeito nela o porte de mulher pobre e simples, idealista de escol. Dir-se-ia, com todo respeito, contaminada de certo modo pela pompa e circunstância.

Como posterior novidade, desde ontem retiraram-lhe o apoio vários partidos, aqueles umbilicalmente inclinados ao nome Campos, ídolo circunscrito do reduto eleitoral dele, pessoal.

Em matéria política, afinal de contas, o hoje vira ontem depois do amanhã.

Nunca se sabe.

Perpasse o leitor, de memória e ligeiramente, nomes austeros e outros nem tanto, sucedidos na vida pelo ocaso amargo do esquecimento.

Vai Brasil !

Sabe-se lá o que o aguarda !

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