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Publicado: Quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

O clube do filme

O título acima é o homônimo do livro que ganhei como presente de um dos filhos na noite de Natal e que me coloquei a ler logo na manhã seguinte. Nele, o autor – o crítico de cinema canadense David Gilmour – relata sua relação com o filho Jesse, aos quinze anos, em plena adolescência, sem rumo e cheio de reprovações na escola média. O pai, então, sem muita certeza, faz-lhe uma proposta radical, completamente fora dos padrões: ele poderia deixar a escola, mas com a única condição de assistir a três filmes por semana, todos eles escolhidos pelo progenitor.

A história em princípio soa meio estranha, no entanto, logo nas primeiras páginas a atenção do leitor ficará centrada em dois focos: na relação entre pai e filho - com os inevitáveis conflitos -, permeada pelo afeto que amalgama essas relações; e, também, com a nostalgia do cinema, que nos trás as lembranças algumas dezenas de filmes simplesmente impagáveis: Ladrões de Bicicleta, Os Pássaros, Butch Cassidy, Cantando na Chuva, O Exorcista, Tubarão, Scarface, O Iluminado, Os Imperdoáveis, O Último Tango em Paris, Bonequinha de Luxo, Encurralado e tantas outras películas protagonizadas por grandes atores e/ou dirigidas por competentes cineastas.

E, conforme a leitura vai avançando, vêm à tona as emoções da época em que assistimos aos filmes elencados pelo autor, ao mesmo tempo em que o livro nos propicia a identificação com o pai em conflito com o filho que cresce, com a vontade de querer blindá-lo de todas as dificuldades que encontrará pela vida e, ao mesmo tempo, com a consciência de que algumas quedas são necessárias para que se aprenda a voar com as próprias asas.

O filme, como registrado na primeira orelha do livro, mexe com nossas opiniões e ideias sobre vínculos familiares, bem ou mal resolvidos, ao mesmo tempo em que encanta com o fascínio do cinema e do poder do afeto. Para bem começar 2012, vale a pena essa boa leitura e/ou a revisão de alguns desses filmes

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