O desafio de ser feliz

“Cristo é a felicidade! Sem ter amor nesta vida
não há quem seja feliz de verdade!”

A felicidade está no sonho de todos nós. Ele está na essência da vida.

Um bem supremo, divino e, no entanto, tão difícil e, as vezes, até impossível. Como explicar essa aparente contradição? Melhor procurar a resposta dentro de nós mesmos.

Ao fazer isso, certamente vamos encontrar não só a resposta, mas a própria felicidade. Sim, porque a felicidade vem de dentro, é um dom de Deus depositado em nosso coração. De nada adianta, pois, buscá-lo fora de nós, como geralmente o fazemos.

É perda de tempo tentarmos fundamentar a felicidade nos bens materiais, no poder, na fama, no status... Vamos passar a vida procurando onde ela não se encontra, correndo o risco de desistirmos, compensando sua falta com outros bens, materiais ou não.

Acrescente-se aqui o grave risco de cairmos no trabalho excessivo, exclusivo e alienante; na adrenalina das aventuras; na comida, nas bebidas, nas drogas, no prazer e no sexo, desvios compulsivos e perigosos.

De qualquer maneira, o fato é que corremos sempre o risco de adiarmos indefinidamente nossa felicidade esperando "dias melhores" ou mesmo condições mais favoráveis, quando a sabedoria mostra que a única maneira de sermos felizes é reduzindo nossas exigências, aceitando nossas limitações naturais e normais. É preciso ser feliz com tudo que somos e temos.

A solução é conhecida: valorização da nossa dimensão espiritual, maior proximidade com Cristo, com o Amor, com os outros.

Ninguém é feliz sozinho... A felicidade não é algo que se cultive egoisticamente. Depende muito da nossa abertura ao bem comum. Por isso, a felicidade depende primeiramente de nós mesmos, do ordenamento que damos à nossa vida, mas depende também dos outros, do modo como nós nos relacionamos com Deus e com nossos amigos de caminhada. Precisamos contribuir para que haja um mundo feliz a nossa volta. Isso requer trabalharmos pela justiça, pela ordem social, pelos valores humanos, pela solidariedade e pela fraternidade. Depende de cultivarmos a paciência, o perdão, a gentileza, a gratidão, a compaixão e a misericórdia. Tudo isso garante que haja paz em nosso meio pois, sem a Paz, não conseguimos ser felizes.

Peçamos que Deus nos ajude a reconhecermos o caminho certo e nos dê coragem para nos mantermos nele, independente das vozes do mundo que tentam mudar nosso rumo.

Finalmente, não podemos esquecer que só seremos felizes se conseguirmos ser felizes com a felicidade do outro, o que exige superação no nosso egoísmo, individualismo, indiferentismo.

Quando as palavras divinas afirmam que o Reino de Deus (o tão sonhado paraíso, a felicidade) está próximo, devemos entender que está a nossa disposição, cabendo a nós aproveitá-lo, incorporá-lo a nossa vida, alimentá-lo saudavelmente e fazê-lo crescer no nosso meio, sob pena de se tornar cada vez mais distante...