O maior espetáculo da terra
Neste 31, dia último de uma década toda, com as dobradiças do portal de 2011 já a ranger, é de se levar um abraço aos prezados amigos Allan e Deborah, que de algum tempo nos acolheram gentilmente em seu site, verdadeiro e eficiente anúncio a quantos queiram conhecer os recantos e encantos desta Itu hospitaleira. Estendo minha saudação aos funcionários da casa, eficientes e solícitos.
O Natal já passou.
A virada – estamos nela.
Reveillon daqui a pouco.
A propósito, até quando vamos depender de termos alienígenas, invasores indigestos a conspurcar a pureza de um idioma tão límpido e sonoro como o português, herança legítima que nos veio dos descobridores?
E já caem nas rádios e televisões marchinhas a convidar para o Carnaval.
A propósito, ainda na celebração do aniversário do Menino Jesus, Roberto Carlos se apresentou um tanto cansado e explicou mesmo que se socorria da banqueta, como consequência de queda de moto. Tudo bem, até aí. O inusitado foi irromper a certa altura escola de samba com mulatas e tudo (do contrário não seria escola, óbvio, a gente sabe). Quebrou o clima. Natal é paz, enlevo, recolhimento, troca de abraços e beijos. Que pena. Eita rede Globo!
Já vão esquecidos e recolhidos os rumores e a agitação do período eleitoral. Só apareciam candidatos dizendo “vote em mim porque prometo isto e aquilo.....” Muito “bonzinhos”. Eleitos, primeira providência, elevar ainda mais seus salários sempre pra lá de altíssimos. Em termos exatos, esse atrevimento corresponde a cuspir na cara dos bobos, nós todos, que compulsiva e disciplinadamente vamos às urnas. Mau começo.
Gostaríamos – e como! – de exalçar as festas de fim de ano, mas, muito acima de qualquer época anterior, pontificaram os presentes, a correria e só. O “espírito do Natal” propriamente esteve por demais frio desta vez. Para onde vamos?
À exceção dos adornos do Jardim do Carmo, Matriz e Bom Jesus, cadê os do comércio em geral. Que frieza! Justamente num ano em que se propalam vendas em percentual muito acima dos tradicionais. Entre um e outro, ressalte-se contudo o do oferecido na avenida marginal pela Gandini Seguros. Não é publicidade. É reconhecimento.
O Ano Novo marca também a fase de comemoração dos quatrocentos anos de Itu, sem que nada impeça se façam ainda eventos sobre a data, que pode e deve ser festejada por todo este ano.
Noutro espaço de mídia, por exemplo, citamos o esquecimento – que falha! – do povo tradicionalmente religioso de Itu, em não ter promovido o oportuno “Te Deum” em praça pública, liturgia agasalhada pela Igreja no passado mas não extinta. Aplica-se o culto a datas especiais.
Gente, não se veio fazer lamúrias. Mas por que também fugir das constatações, ainda mais quando elas saltam à vista? A frieza espiritual do ar outrora bem mais envolvente do Natal, neste 2010, ficou por demais evidente.
Faz lembrar da necessidade que voltem as danças de roda. Que as pessoas se vejam e se festejem mais. Que filhos e pais se abracem e não se soltem logo em seguida, para que haja tempo de sentirem mutuamente o calor e a delicadeza dos rostos colados, perceber o bater do coração de cada um. Sem pressa de se desvencilhar.
Surgem a cada minuto aparelhos novos na eletrônica maravilhosa. Se inventado fosse um, a registrar quanto dura uma conversa, eles mostrariam que tempo para isso, sobra cada vez menos. Até as paradinhas nas esquinas, agora, são mais ligeiras.
- “Oi. Tudo bem? E lá em casa? Ah, seu menino passou no vestibular, eu soube. Que bom né. Ah, desculpe, preciso passar ainda em tantos lugares. Valeu. Tchau.”
Esses encontros, pelo inesperado, viram meios de se disfarçar uma fuga.
O que existe de mais precioso na face da terra é o ser humano.
Razões sobram portanto para o iluminado inspirador da chamada (“slogan” para que todos entendam) de abertura do programa “Prazer em conhece-lo”. Apresenta-o a família Brancato na Rede Vida.
Diz assim:
“Para o homem, o maior espetáculo da terra ainda é o próprio homem”.