O Mistério da Dor
Antes de iniciarmos nossas meditações sobre a Paixão de Cristo, faz-se necessária uma reflexão sobre o mistério da dor em nossas vidas. Desde que o mundo é mundo, o ser humano padece de vários tipos de dor. São doenças físicas, psíquicas e emocionais. São dilemas éticos, morais e espirituais. São situações em família, no ambiente do trabalho e da sociedade em geral.
Não há como escapar da dor. Mesmo a pessoa mais feliz tem pelo menos uma dorzinha escondida em seu íntimo. Ninguém está imune a esta característica intrínseca aos sentimentos humanos. Podemos ser felizes 99% do tempo, mas em algum momento o tal 1% de dor vai aparecer.
Podemos até não saber para quê serve a dor. Mas sabemos que ela está presente, na nossa vida e na vida dos que nos cercam. Às vezes nos importamos apenas com nossas próprias dores. Outras vezes, nos importamos também com as dores daqueles que amamos. Quase nunca ligamos para as dores dos que não nos são queridos. E a verdade é que estamos todos no mesmo barco...
Jesus de Nazaré era o Filho de Deus. Podia facilmente tirar a dor de sua existência. Mas não renegou esse aspecto da nossa humanidade. O Nazareno viveu, também ele, momentos de dor. Foram frustrações, incompreensões, julgamentos injustos, rancores sem motivo, perseguições e até mesmo torturas físicas e psicológicas.
Se foi assim com Jesus, por que seria diferente conosco? O Filho do Homem nos ensina até mesmo como sofrer e com qual sentido interpretar a dor em nossa vida. Ele nos mostra como enfrentar os maus momentos com serenidade, sem desespero, firmes na crença de que não há mal que sempre dure e que após as trevas surge a luz.
É sobre essas coisas que buscaremos meditar, um pouco por dia, até a próxima Páscoa. E que no final nós possamos descobrir, cheios de espanto, quão poderosa é a força da Vida e do Amor que vem de Nosso Senhor Jesus Cristo!
Amém.
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