O noivado
Cotinha namorava o Camilo, já há algum tempo.
Isto é, namorava é modo de dizer, pois ela só fazia olhar, da janela alta de sua casa, para ele que passava vagarosamente pela calçada, olhando para cima.
Cidade do interior, famílias conhecidas, mas ela nunca trocara uma só palavra com ele, até que uma noite, seus pais já tinham se recolhido, chamou a irmã Chiquinha para fazer companhia e foi até o portão para vê-lo mais de perto.
Ele parou, com o irmão, meio confuso:
- Boa noite, dona Cotinha!
Olavo, o irmão de Camilo, afastou-se alguns passos para deixar os dois a vontade e começou a conversar com a Chiquinha.
Mal começaram o namoro, porém, a porta se abriu e o pai, entre severo e divertido, falou:
- Por que estão conversando ai fora? Entrem, venham para a sala.
Os quatro entraram sentaram-se cada um em uma cadeira e o velho em outra.
Ninguém sabia o que dizer e o silêncio desceu incômodo sobre eles até que para surpresa de todos o Camilo falou:
- Seu Belarmino, eu quero lhe pedir a mão da Cotinha.
E o Olavo acrescentou:
- E eu quero a da Chiquinha.
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Preciso dizer que isto se passou no século XIX?