O Primeiro Mandamento
O estupendo Segundo Catecismo da doutrina cristã (tenho em minhas mãos a 116ª edição das Vozes) pergunta: “que nos ordena o primeiro mandamento amar a Deus sobre todas as coisas” e responde: “o primeiro mandamento nos manda adorar, amar e servir a Deus como nosso único e soberano Senhor”.
Antes de prosseguir é conveniente relembrar que somos cristãos, fé professada pela maioria dos brasileiros de maneira que, o assunto é pertinente para essa imensa maioria. A indagação é como adorar e amar a Deus, entidade que não vemos e que só conhecemos por atos de absoluta fé.
Como se extrai da doutrina cristã, a melhor e mais fácil maneira de amar a Deus é observar os mandamentos. Aliás, a linda passagem dos Evangelhos sobre o moço rico nos indica como devemos proceder. Esse moço indaga a Jesus sobre que boas obras deveria fazer para alcançar a vida eterna. Jesus simplesmente lhe respondeu observai os mandamentos (cfr.Mt. 19,16/30,Mc.10,17/31).
Acontece que o mundo moderno, ao invés de se aprofundar cada vez mais nas formas e maneiras para intensificar o seu amor para com Deus, recebendo em retribuição graças abundantes e contínuas, para suavizar e gratificar quem nele viva, está seguindo estranhas filosofias materialistas propagadas pelas forças adversas e ocultas.
Com isso, nesta primeira década do século XXI e início da segunda, constatamos desmedido avanço de barbáries inomináveis e o sub-reptício desmoronamento da família com o crescente favorecimento às uniões ilícitas e homossexuais e o incentivo indireto, já nos próprios bancos escolares de procedimentos não recomendáveis dado a explícita eroticidade.
O primeiro mandamento está sendo postergado de maneira acintosa de modo que o infinito amor Divino poderá entrar em conflito com a também infinita justiça Divina, cujas conseqüências são imprevisíveis para nós. Vejo através do site do Vaticano (www.vatican.va) que no próximo ano (de a 28 de outubro de 2012) será realizado mais um Sínodo dos Bispos para tratar da “A Nova Evangelização para a Transmissão da Fé Cristã”.
Em rápido correr de olhos sobre os lineamenta (texto em forma de índice com resumos indicativos dos temas a serem desenvolvidos) verificamos que os ensinamentos da Igreja continuam imutáveis, apenas constatando possíveis e meras adaptações de tempo e local.
Concluindo, transcrevemos trecho desse Lineamenta (inciso 6 do cap. 1º) que demonstra que nossos escritos não fogem dos contextos ali ventilados: “Ultimamente não se apresenta tanto como forma pública de discurso directo e forte contra Deus, contra a religião e contra o cristianismo, embora recentemente, em alguns casos, os tons anti cristãos, anti religiosos e anti clericais se tenham feito sentir.
A secularização assumiu, sobretudo, um certo tom resignado que permitiu a essa forma cultural de invadir o quotidiano das pessoas e desenvolver uma mentalidade na qual Deus foi posto de parte, total ou parcialmente, da existência e da consciência humana.
Esta sua forma permitiu-lhe de entrar na vida dos cristãos e das comunidades eclesiais, tornando-se, assim, não já somente uma ameaça externa para os crentes, mas um terreno de confrontação permanente. São expressões da chamada cultura do relativismo. Além disso, em causa estão sérias implicações antropológicas que colocam em questão a própria experiência humana básica, como a relação homem-mulher, o sentido da procriação e da morte.”
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