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Publicado: Sábado, 23 de junho de 2007

O Purgatório

A vinda de Bento XVI ao Brasil, certamente motivará recrudescimento da fé e aperfeiçoamento espiritual. Precisamos nos aprofundar nos conhecimentos religiosos, sobretudo naqueles que nos interessam diretamente pois, mais cedo ou mais tarde, teremos de nos defrontar com a realidade que nos espera.
 
Num dos últimos textos fiz considerações sobre o juízo particular que acontecerá logo após a morte e citei o livro de D. Estevão Bettencourt, A vida que começa com a morte (Agir editora,1955), que me inspira, também, a escrever essas caprichadas linhas, seguramente valiosas para os interessados no assunto.
 
Com a morte, a alma separada do corpo, após o seu julgamento particular, será destinada ao céu, inferno ou purgatório. Nesta crônica ou artigo, sempre sucintamente, trataremos do purgatório. Para lá, possivelmente, segundo nos deixa entender o citado autor, serão encaminhadas as boas almas imersas nos resíduos das numerosas faltas veniais ocorridas no decurso da vida.
 
Concluo, sem pestanejar, que a vida virtuosa será a melhor forma de se evitar o purgatório. Lá o consolo (ainda bem), é que os sofrimentos purificadores são enfrentados dentro da realidade, ou seja, a alma sabe que se encontra salva e que, vencido o tempo da penitência, usufruirá da vida feliz junto a Deus.
 
Como as referências ao purgatório são poucas, não se encontrando ao alcance da maioria, todo mundo, via de regra, se preocupando com a pobreza e a violência, segue-se que muitos chegam a duvidar da sua existência, como os protestantes ou evangélicos. E, nos dias que correm, com os estudos que concluíram pela a inexistência do limbo (para onde iriam as crianças mortas sem o batismo), pessoas menos esclarecidas poderiam achar oportuno estender essa inexistência também ao purgatório.
 
Mas, o novo Catecismo da Igreja Católica (ed.Loyola) nos cânones (itens), 1030/1033, pg.290, esclarece bem o assunto, sendo que transcrevo o n. 1030 para não deixar qualquer dúvida: “Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária pra entrar na alegria do Céu”. E também transcrevo a primeira frase do ítem n. 1031: “A Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo dos condenados”.
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