O que tira a paciência de Jesus?
Os católicos realmente praticantes, conhecedores da Doutrina, sabem que há vários mistérios em torno da pessoa de Jesus de Nazaré. Por um lado, ele é completamente humano, nascido de mulher, igual a nós em tudo, menos no pecado. De outro, ele é Deus, Filho de Deus, gerado e não criado, da mesma substância que o Pai e o Espírito Santo. Por isso o chamamos de Cristo, o Messias, o Ungido de Deus. E mesmo tendo essa origem divina, não se aproveitou dessa vantagem. Nasceu, cresceu, trabalhou, praticou a fé como as pessoas de seu próprio tempo. Também submeteu-se a inúmeras contrariedades e o ápice delas foi sua prisão, tortura e morte na cruz. Depois ressuscitou, pois já havia avisado que venceria a morte.
Qualquer conhecedor razoável da cultura cristã sabe das maravilhas e proezas realizadas por Cristo e testemunhada por tantos. Assim, é possível vislumbrar o poder de Jesus e sua tremenda capacidade de nos deixar espantados. Sendo o Filho de Deus, Jesus pode tudo e seu poder não tem limites. Por isso nos espanta também perceber que, em algumas ocasiões, nós somos capazes de romper os limites da paciência do Nazareno.
Certa feita Jesus viu-se em meio à confusa multidão, sempre polemizando por bobagem e discutindo minúcias nem sempre importantes. Trouxeram-lhe um menino possuído por um demônio que os seus apóstolos não conseguiram expulsar. Vem então o desabafo de Cristo: “Que gente sem fé! Até quando terei que suportar vocês assim?” (cf. Mc 9, 14-29). Levaram o menino até ele e os demônios foram expulsos. Então os discípulos ficaram curiosos em saber a razão pela qual não conseguiram fazer igual ao Mestre. E Jesus respondeu: “Esse tipo de demônio não só se consegue expulsar com muita oração”.
Pois bem. Sabe o que tira a paciência de Jesus? É jogar tudo nas costas dele sem fazer a nossa própria parte. Queremos que Cristo viva de plantão sobre nós, cuidando dos mínimos detalhes da nossa vida. Porém, nem sempre somos capazes de reservar um tempo do nosso dia para rezar ou meditar o Evangelho, silenciando o coração para escutar o que Deus que de nós. Muitas vezes, na Fé, somos qual crianças mimadas que querem tudo na mão e não movem um palito em benefício próprio. Haja paciência!
É claro que não podemos duvidar do Amor e da paciência de Cristo por nós. É certo que Jesus as tem muito mais do que nós as praticamos entre nós mesmos. Mas que a nossa incredulidade e relaxo espiritual causam espantos em Cristo, não duvido...
Portanto, a solução é óbvia: viver com mais intensidade a oração cotidiana; meditar a Palavra de Deus; fazer nossos sacrifícios pessoais; continuar implorando: “Jesus, eu creio! Mas aumenta a minha Fé!”. Possa Deus nos ajudar nessa perseverança. E que seja a nossa Fé (não a falta dela) que causa espantosas alegrias no Sagrado Coração de Jesus!
Amém.