O salto de Salto
Não é implicância.
Por força das necessidades, a vizinha cidade de Salto surge como passagem obrigatória para duas outras, Indaiatuba e Campinas. Isto porque se é daqueles que preferem o trajeto anterior e não buscam o acesso pela Rodovia do Açúcar. Como se faz uma travessia urbana de fora a fora, torna-se notória toda transformação que no trecho se opera.
Portanto, não se pretende estabelecer comparação quanto ao desenvolvimento de cidades.
Se não é implicância, conceda-se apenas admitir que há uma ponta de inveja, aquela mais leve, não passível de enquadramento no elenco das faltas capitais.
Em assim sendo, se percebe o vulto, o montante e a qualidade das obras com que a administração de lá premia seus habitantes.
Impressiona deveras o desenvolvimento feito com critério e com especial atenção ao próprio embelezamento de tantos logradouros.
Evidentemente que a profusão de monumentos que Salto hoje possui, vem na esteira de uma visão cultural ampla e superior, eis que ao erigirem-se estátuas, hermas e bustos, perpetuam-se nomes caros e relembram-se fatos de relevo.
O alargamento da Nove de Julho, um novo parque, o complexo turístico da cachoeira e, agora, o teatro com quinhentos lugares, denominado Sala Palma de Ouro.
Ademais, em praticamente todos os bairros existe movimentação de máquinas e operários.
Autêntico salto num rosário de melhorias, em todos os cantos.
Nesse aspecto é que se há de alargar as vistas para fazer distinção entre o que seja crescimento vegetativo e desenvolvimento propriamente dito. Quando se trata de expansão apenas vegetativa, aquilo de novo que só aparece lentamente, ao longo de décadas, é perfeitamente comparável a uma circunstância de mera estagnação.
Sabe enfim cada comunidade de suas reais dificuldades e também das chances não aproveitadas. O tempo o diz e a história depois o confirma.
Esta ligeira citação, despretensiosa, até num tom de homenagem a vizinhos tão próximos e queridos, tem razão de ser.
Se bons exemplos podem e devem ser seguidos, aí está um e bem próximo.
A propósito, tudo faz lembrar ainda do sonho de um ituano, vereador na segunda metade da década de cinquenta, professor Corintho Galvão de Toledo, que lançara aqui a campanha “União Itu-Salto para o Progresso”, com a sigla UISP.
A duplicação dos poucos cinco ou seis quilômetros – que não separa uma cidade da outra, mas que ao contrário, as aproxima – poderia talvez fazer delas um conglomerado urbano único.
O trem turístico – projeto em andamento – aponta nessa duração.