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Publicado: Sábado, 13 de outubro de 2007

O Velho e Seus Problemas

Afinal, quem é velho? Com a modernidade, os progressos da medicina, a dilação do tempo médio de vida, a perda da religiosidade, a intensa procura da felicidade material, ninguém mais se julga ou pretende ficar velho.
 
Com isso, a turma, que vai ficando sobrecarregada em anos, vai lutando com unhas e dentes para ao menos “pessoalmente”, não se julgar velha. Pinta os cabelos, usa perucas, faz cirurgias plásticas, entra em academias de ginástica, faz caminhadas de todos os tipos, usa vestes juvenis etc. Mas, a moçada conhece de longe o pessoal longevo, que não escuta direito, não enxerga bem, anda devagar e tenta disfarçar a idade de todos os jeitos.
 
O velho, se chegou a uma idade provecta com boa saúde (não sofrendo de artroses ou artrites, não sendo propenso a constantes gripes, bronquites e correlatos, dores de estômago, com o intestino funcionando bem, próstata controlada, bem como a pressão arterial e livre de diabetes), tem de se sentir feliz e agradecer constantemente a Deus pela ventura de um longa vida, sem problemas sérios de saúde.
 
Talvez e isso é quase certeza, terá problemas espirituais ou psicológicos pela frente ou seja, terá de “engolir” os dissabores que os familiares lhe trazem, a começar pelos filhos, pois, como estamos fartos de saber, os costumes evoluíram para pior. Separações, divórcios, mães e pais solteiros, problemas econômicos gerados pela ajuda aos filhos e parentes, afora os doentes congênitos, os viciados com drogas e envoltos na criminalidade, prosperam por todos os lados.
 
A Campanha da Fraternidade deste ano aborda a problemática do idoso. Quer-me parecer, porém, que a ênfase maior é dada para os idosos desamparados, pobres, miseráveis, doentes, aquinhoados com aposentadorias risíveis. Cuida também da valorização e do respeito ao idoso em geral.
 
Tal posicionamento é muito importante, pois há necessidade de melhorar essa situação, mas o nosso texto se atém mais aos idosos que se encontram dentro dos padrões que podem ser considerados normais.
 
Esses, o que necessitam mesmo é de se voltarem mais para Deus, de se convencerem que estão chegando ao fim da vida e de que precisam, com persistência, procurar fazer tudo que se encontra à mão, no sentido de assegurar a salvação eterna. Isso, em outras palavras quer dizer que o velho deve cuidar mais de sua vida espiritual e tirar da cabeça a idéia que está rejuvenescido e que pode fazer concorrência aos moços, inclusive freqüentando universidades (mas deve ler e estudar sempre), academias e maratonas esportivas etc.
 
Deve conviver com os mais novos, ressaltando, na medida do possível, que o tempo precisa ser melhor aproveitado, posto de lado as tremendas futilidades que o mundo moderno oferece. Significa ainda que, se preocupando mais com as coisas espirituais, não deve viver triste, demonstrando que sua alegria consiste, definitivamente, em partir ou continuar em busca da sabedoria, herança que deixará para todos os seus filhos e descendentes.
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