Publicado: Sábado, 16 de junho de 2007
O vírus do pecado
O inverno chegou e com ele aumentam os casos de doenças propagadas por vírus. A gripe é a mais freqüente entre todas. Não sou médico, mas parece que a baixa temperatura à qual não estamos acostumados nos enfraquece o organismo. Há sempre um vírus espreitando, esperando um momento de fraqueza do corpo, um descuido qualquer com a saúde, para nos atacar impiedosamente.
Dizem que o vírus da gripe não é um só. Existem várias espécies dele. Por isso seria impossível fazer uma vacina 100% eficaz, pois as mutações são inúmeras. A gripe tem um ciclo bem conhecido de todos. Primeiro temos dores por todo o corpo. Chega a febre e o nariz começa a escorrer.
Os olhos ardem e a boca fica seca. Então nos jogamos na cama, cheios de remédio. Em seu estágio final, depois de controlada a febre e a coriza, a gripe nos ataca a garganta. Às vezes ficamos sem voz, porém é mais freqüente ter dificuldades para ingerir líquidos ou bebidas. Nos enchemos de chás, xaropes e mel na tentativa de que tudo passe o mais rápido possível.
Há quem chame a gripe de “doença de rico”. Mas não entendo por qual motivo os mais abastados da sociedade iriam desejar para si um “privilégio” desses. Os brasileiros chamando a gripe pequena de “resfriado”. É aquela que não incomoda tanto, apenas irrita um pouco e não nos impede de realizar qualquer tarefa. É o contrário da gripe forte, a “gripe” mesmo. Essa nos derruba, nos deixa um bagaço, imprestáveis até para pensar.
De gripe eu entendo. Pego no mínimo duas por ano. Uma no início do inverno, outra no começo do verão. Eu sei lá por que isso ocorre, acredito que seja por causa do choque climático entre frio e calor e vice-versa. Tenho cá as minhas teorias, acredite quem quiser.
Chego a pensar que o pecado é para a nossa vida o mesmo que o vírus é para a gripe. É a causa de todos os males que nos cercam, por tempo indeterminado. Quem procura viver conforme os mandamentos de Deus, tem uma vivência espiritual saudável. Não se entrega às modas mundanas, não se deixa levar por maus conselhos, não deixa de estar atento para não cair nas ciladas do inimigo.
O pecado é como uma doença, cujo objetivo é estragar a harmonia existente entre nós e Deus. Ele fica espreitando, à espera de uma ocasião para nos pegar de jeito. Suas variedades são inúmeras, incontáveis, dos mais diversos tipos. Às vezes se repetem e em outras nos pegam de surpresa.
Os sintomas são fáceis de reconhecer. Nosso espírito se corrói, ficamos com remorso. A consciência nos atormenta, o arrependimento aparece. Em muitos casos chegamos a ficar mesmo desanimados, sem forças para recomeçar. O pecado nos deixa abatidos, inconformados com os nossos erros, os mesmos velhos erros de sempre.
Qual o remédio para um mal que irá nos perseguir enquanto formos vivos? Sim, pois seja em maior ou menor grau todos iremos pecar até o fim da nossa existência. Graças a Deus o problema do pecado tem tratamento específico. A Igreja é a real portadora dos “medicamentos” e o Senhor Jesus é aquele que pode nos curar, em todos os sentidos.
Assim como fez nos tempos em que passou pela terra, Cristo continua hoje a curar a humanidade de inúmeros males. Ele nos lembra que devemos ter cuidado não só com aqueles que podem destruir o nosso corpo, a nossa mente e as nossas emoções, mas, sobretudo com os que podem destruir o nosso espírito.
Não desanimar é o primeiro passo para a reabilitação. É aceitar o fato de que somos passíveis de erro. Em seguida vem o firme propósito de seguir de modo bem firme o tratamento, fazendo esforços sinceros para não mais pecar. Depois é utilizar o que Jesus nos prescrever, as coisas que irão reabilitar a nossa saúde espiritual. São elas a vida de oração, a sinceridade ao vivenciar os sacramentos, a disposição permanente de seguir os mandamentos de Deus, entre outras. E então poderemos ser curados das mazelas da alma, tão importantes quanto as que podem atingir nosso organismo.
Amém.
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