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Publicado: Quarta-feira, 22 de abril de 2009

Onde estão os amigos da família?

Deus quis que o Homem vivesse em família: “Não é bom que o homem esteja só”; e deu a ele uma companheira... Não é à toa que a família tem destaque no Seu projeto.
 
Vale a pena recordarmos que a família é a mais importante comunidade de Amor...
 
É a primeira escola de valores...
 
Espaço próprio para a formação da personalidade. “É no ambiente familiar que os filhos descobrem os caminhos do bem e do mal; que são forjados os heróis ou os bandidos, os santos ou os monstros.” (Frei Bernardo Cansi)
 
Uma Igreja doméstica, isto é, o lugar onde Jesus Cristo vive e atua, para a salvação da humanidade e o crescimento do Reino de Deus. Onde a Palavra de Deus é acolhida, vivida, celebrada e anunciada.
 
A base da sociedade; "célula primeira e vital da sociedade" (Familiaris Consortio).
O ninho dos filhos...
Um porto seguro, recanto de paz e de repouso, um oásis nessa vida agitada.
Orientação, segurança, humanidade, amizade, confiança...
Aprendizagem natural das regras básicas de convivência humana e social, do respeito e dos limites...    
 
No entanto, não tratamos a família com toda a importância e carinho que merece. É um “crime” ignorarmos ou menosprezarmos o valor da família, para a pessoa e para a sociedade.
 
Ao mesmo tempo, é uma pena que cada dia menos pessoas vivam verdadeiramente com o calor e o carinho de uma família.
 
Não conseguimos compreender que haja tanto interesse em enfraquecer as famílias, em desestruturá-las. A quem interessam famílias fracas, destruídas? Sem voz nem vez? Por que tantos inimigos?
 
Por que poucos amigos? Se as ações dos adversários são cada dia mais ostensivas, ousadas, as defesas dos interesses das famílias são muito discretas. Seria medo de ficar contra os interesses dominantes de uma sociedade cada vez mais capitalista, materialista e pagã? Medo de enfrentar inimigos poderosos?
 
Ao final, a sociedade moderna acaba com todo espaço para “rever” o modelo natural da família humana, impondo novas maneiras de ser “família”, novas formas de “união conjugal”, novas formas de geração e cuidado dos filhos, novas maneiras de convivência humana e social. Ao que parece estão tendo “sucesso”. Caminhamos para um paganismo, para uma sociedade desmoralizada, relativista e pluralista. Aproveitar a vida, vencer, progredir a qualquer preço... deixando de lado escrúpulos, moral, ética, o outro...
 
O papa João Paulo II, já em 1994, na Carta às famílias, lembrava que “a família sofre crises internas, ou está sujeita a influências culturais, sociais e econômicas nocivas, que lhe minam a estabilidade interna, quando não obstaculizam mesmo a sua própria formação”. E que “a experiência demonstra como o papel de uma família coerente com a norma moral é importante para o homem [...] ingressar sem hesitações pela estrada do bem...”. Alerta ainda que “infelizmente, vários programas sustentados por meios muito poderosos parecem apostados na desagregação das famílias”. Estes, segundo o papa, procuram “apresentar como «regulares» e atraentes, situações que, de fato, são «irregulares». Estas, efetivamente, contradizem a «verdade e o amor» que devem inspirar e guiar a recíproca relação entre homens e mulheres, sendo assim causa de tensões e divisões nas famílias, com graves consequências especialmente sobre os filhos. Fica obscurecida a consciência moral, aparece deformado o que é verdadeiro, bom e belo...”
 
Sem dúvida, a família tem muitos inimigos. Veja o que o Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho, em 2004 disse sobre isso: “Por ser a família o alicerce de uma sociedade, organizada dentro dos princípios éticos estabelecidos por Deus, em todos os tempos as forças do mal maquinaram contra essa instituição sacrossanta. Se isso sempre ocorreu, em nossos dias, quando as multinacionais do crime faturam somas fabulosas exacerbando as paixões e excitando os vícios, vendendo fórmulas de um prazer transitório e fictício, oferecido pelas drogas e outros artifícios, a família é objeto dos ataques mais violentos. Daí o amor livre ser pregado clara ou sub-repticiamente, direta ou subliminarmente com todo o requinte da técnica da propaganda, através dos mais variados meios de comunicação social. Estes penetram no recinto do lar, minando os postulados sobre os quais repousa a dignidade humana.”
 
O mundo passa por forte crise moral. Quanto a nós, o que precisa ser renovado em nossa família para ajudar a construir o mundo novo?
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