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Publicado: Quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Opressão - um jogo que ninguém ganha

Todos nós sabemos como é ter sido magoado, humilhado ou ser alvo de “tiração de sarro”; assim como, quase todos nós, em algum momento das nossas vidas, magoamos, humilhamos ou tiramos sarro de alguém. Se não, ficamos sem dúvida, simplesmente assistindo em silêncio enquanto alguém estava sendo magoado. Isto é opressão social.

Podemos definir a opressão como o mal-uso ou abuso sistemático, rotineiro e institucionalizado do poder.

Muitos de nós já estamos tão acostumados com isso, que esta “maneira de viver” tornou-se parte do “ah, é assim mesmo, “não dá nada”, “é normal”. Como as toxinas que existem no ar que respiramos, nós nem percebemos.

As consequências da opressão social são devastadoras. Através da história temos uma longa lista de exemplos de abuso e maus tratos sistemáticos de certos grupos de pessoas. Em muitos casos, aliados em potencial fecharam os olhos ou preferiram ignorar os abusos.

Racismo, escravidão e o genocídio de muitas tribos de pessoas; o anti-semitismo, o Holocausto e a Apartheid; o abuso e maus tratos com as mulheres, homofobia e os constantes alvos contra homossexuais, lésbicas, bi-sexuais e pessoas transexuais.
Uma das maiores formas universais de opressão que temos como uma comunidade mundial, entretanto, é machucando nossas crianças.

Por causa disso, a visão do programa Seja a Mudança é que cada criança possa viver em um mundo aonde ela se sinta segura, amada e celebrada. Nossa sociedade tem um longo caminho pela frente. Existem pessoas entre nós, em grande número, que poderiam ser presas se tratassem adultos da forma como tratam as crianças. Sob o disfarce da disciplina, as pessoas regularmente batem, agridem e espancam jovens. Disciplina significa ensinar.

O programa Seja a Mudança acredita que nossa melhor ferramenta de ensino é a modelagem. Se nós, como uma sociedade, aceitarmos bater, agredir e espancar nossas crianças como forma de disciplina, o que estamos ensinando elas a fazerem? Além disso, muitas crianças vivem diariamente com o abuso emocional – gritos, vergonha, humilhação. Nossos bebês acabam se tornando os recipientes da nossa própria dor e eles aguentam nossos surtos sem voz e sem escolha.

O abuso do poder é normalmente adquirido por aqueles com mais privilégios e mais oportunidades. Na escola, o grupo com maior poder é frequentemente rotulado de “os populares”. Estas crianças são geralmente maiores e mais velhas; elas usam roupas mais legais ou tem mais “coisas”. Elas tendem a serem atletas melhores, são vistas como mais bonitas ou pelo menos elas se encaixam no estereótipo da nossa mídia popular. Sempre escolhem alvos fáceis para continuarem seus ciclos de opressão – as crianças menores, ou as muito maiores; aquelas com menos dinheiro, ou com habilidades únicas; crianças com a cor de pele ou orientação sexual diferentes.

Conscientemente ou inconscientemente, crianças com mais poder às vezes estigmatizam estas diferenças com o objetivo de aumentar ainda mais sua percepção de privilégio.

Esta idéia de que podemos aumentar nossa posição social diminuindo os outros se torna parte do que podemos chamar “o ciclo da opressão”. A idéia começa porque alguns de nós aprendemos a nos construir destruindo os outros. Ninguém nasce ruim; principalmente quando éramos pequenos, não achávamos que era permitido machucar os outros.

A opressão é um comportamento aprendido e este comportamento continua a se reproduzir e a se multiplicar quando os adultos levam suas mágoas não resolvidas de casa e da escola para o local de trabalho e para a sua comunidade. O ciclo também continua porque as pessoas se silenciam e permitem que outros sejam humilhados na sua presença. 

A boa notícia é que qualquer coisa que aprendemos pode ser desaprendida!!
Entretanto, temos que estar vigilantes. Temos que estar conscientes principalmente se formos nós as pessoas com o poder e cada um de nós tem um certo poder em algum momento da sua vida. Ficamos tão perdidos com a sedução do poder que nem percebemos em quem estamos pisando.

Então, vale lembrar e refletir:
 
> Quando oprimimos nossas crianças, elas freqüentemente crescem para oprimir ou abusar dos outros. E o ciclo continua.

> O que aconteceu? Quando nascemos, nós adorávamos cada pedaço de nós mesmos.

> Nenhum de nós nasceu julgando negativamente ou oprimindo os outros.

> Gradualmente, com o tempo, nós todos aprenderemos a nos anestesiarmos em face da opressão constante.

> A opressão é um comportamento aprendido.

> A boa noticia é que: qualquer coisa que aprendemos, pode ser “desaprendida”.
 
A próxima vez que você tomar uma decisão que tenha algum impacto na vida de outra pessoa, pergunte a ela antes como a sua decisão vai afetar a vida dela.
 

 

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