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Publicado: Quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Os Mortos Vivem (Dia de Finados)

O Dia de Finados nos traz a lembrança dos mortos. Todos têm mortos para serem lembrados; alguns bem próximos e recentes, outros, com datas de falecimentos bem distanciadas ou intercaladas.
 
Por se tratar de personagens absolutamente ausentes, recordar os mortos pode nos motivar tristeza, saudades, tranqüilidade, dependendo da afetividade que existira enquanto eram vivos e também pode ensejar regozijo, indiferença, se se tratavam de desafetos ou desconhecidos. Como cristãos, as duas últimas hipóteses devem ser excluídas dos sentimentos pessoais.

De início, tenho interesse em discorrer sobre a tranqüilidade que nos deve envolver nesse dia de evocações, onde o passado, inelutavelmente terá de surgir nas reflexões, pois relembramos pessoas que fizeram parte do nosso convívio diário ou integraram a época fática que estamos considerando.
 
Pode até acontecer que nos emocionemos, pois a vida de cada um, sem dúvida alguma, constitui verdadeiro romance em que os heróis somos nós próprios, circundados pelos entes queridos e todos os nossos amigos. Os adversários, os inimigos, em face das orações diárias para que sejam exterminados (cfr. Salmos, 53,54,69) e tenham o destino que merecem, não devem nos preocupar.
 
Recordamos todos aqueles que de uma forma ou de outra, por muito ou por pouco tempo, conviveram conosco e de preferência lembramos os bons momentos vividos. E agora, desfrutam de outra vida, sobre a qual não temos elementos reais visualizados, apenas meras informações textuais ou pictóricas.
 
Exatamente neste ponto adentramos o aspecto teológico da questão e, minúscula palavrinha desvenda a misteriosa problemática: fé. Temos de ser doutrinados de todas as formas para conhecer, adquirir e aumentar a fé. Hodiernamente, os doutos positivistas e os cristãos muralistas estão criando uma nova palavra para significar a vida eterna ou a eternidade.
 
Falam de dimensão e geralmente assim se expressam sobre um colega ou amigo recentemente falecido: esteja onde estiver ou na dimensão em que se encontrar estará distribuindo a arte, a sabedoria, a bondade etc., para alegria dos seus novos companheiros.
 
O despreparo teológico religioso é muito grande. Ao invés de procurarmos fazer amplos estudos religiosos que nos possibilitem praticar o catolicismo com mais intensidade e perfeição, aprofundando os conhecimentos que inclusive esclarecem como será a vida na eternidade, passamos o tempo em banais ocupações e atividades.
 
A comunhão dos santos, que integra o nono artigo do credo recitado, possivelmente, todos os dias, está a insinuar que os nossos mortos queridos, portanto, já em outra “dimensão”, poderão interceder pelas miseráveis necessidades dos antigos contemporâneos, que tão bem conheceram na terráquea convivência. Portanto, meus amigos, tudo é questão de estudo, conhecimento e fé.
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