Os tempos são outros
Realmente, os tempos são outros. As pessoas é que mudaram ou hábitos e costumes é que são diferentes? Mudaram sozinhas ou foram impelidas por alguma força estranha, desconhecida? Desde o nascimento, o ser humano vai se desenvolvendo, sendo que o aprendizado dos bons hábitos e costumes se faz na família, nas escolas, nas igrejas.
Quebrada essa regra por alguns motivos que tentaremos explicar, entender-se-á porque os tempos são outros. Notamos que no século passado, desde os anos sessenta, a educação veio a ser bastante relegada, dado as crises diversas – econômicas e moral principalmente -, que afetaram as estruturas familiares e sociais, inclusive religiosas.
Na metade do século passado, surgia a educação pelos audiovisuais a partir do cinema, rádio , televisão. Esses audiovisuais a pretexto de divertir e informar, ensinaram e continuam ensinando toda a torpeza dos vícios e dos crimes. Instalou-se, então, até hoje, uma era de novos costumes.
Tudo aquilo que integrara a vida social até aquele momento, com decência e equilíbrio, foi marginalizado, surgindo outros valores e novos costumes. Relembremos, por exemplo, o que aconteceu com a música, não clássica. Das valsas comuns e vienenses, tocadas até os idos de 40 quase nada restou, sendo que o samba, o fox, a rumba, o tango, o bolero também se eclipsaram passando a constituir repertório dos almoços ou jantares musicados ou “hora da saudade”, somente animando os bailes da terceira, quarta e quinta idades.
Os ritmos modernos, a partir do rock, tornaram-se cada vez mais frenéticos e alucinantes, como o rock da pesada e assim, a juventude foi aderindo a esse padrão musical e hoje predominam gêneros musicais que os mais antigos geralmente acham horrorosos: o rap (hip hop), o haegae, o funk etc.
Nas escolas a educação moral e cívica foi relegada, desaparecendo também as aulas de religião, de modo que, a meninada ficou sem objetivo e desmotivada. Ouvindo músicas aloucadas, com letras imorais e convivendo com toda sensualidade e ações delituosas exibidas, sobretudo pela tevê, não se pode reclamar da calamitosa insegurança e violência que nos cercam.
A família também se modificou, e para pior, eis que os divórcios, separações e uniões livres aumentaram, estimuladas também pela crescente apologia midiática. As demais crises, econômicas (desemprego), religiosas (agnosticismo), políticas (corrupção) e outras, eventualmente esquecidas, engrossaram o caldo da sopa dos novos tempos.
Os tempos são outros mesmos. Inclusive o código civil, lei máxima de relacionamento dos cidadãos promulgada em 10 de janeiro de 2002, cria uma nova família (verdade que já existente de fato) e, assim, todos precisam “digerir” suas normas quer gostem, sejam moralmente corretas ou não.
Ainda bem que a moçada, em face da santa ignorância religiosa, se ajeita e se adapta. Nós outros, “velhinhos”, de sexagenários e septuagenários para a frente, temos de parar de espernear e, encolhidos num canto, deixar a banda passar (pena que não seja aquela que, em outros tempos, víamos passar pela janela)...
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