Pai
Na mesma data comemorativa, no ano passado, ao homenagear os pais, colori minhas poucas palavras com assertivas profundas e inspiradas, colhidas do livro de meu confrade na ACADIL, conquanto na modalidade de sócio correspondente, o ilustre professor Bertani Marinho, ituano e de há muito morador na capital.
Se fosse rebuscar as bem mais de mil e quinhentas crônicas de minha lavra no decorrer de mais de meio século, certamente, acharia nesse alongado entremeio, também, mais referências a um tema que não se esgota. O pai.
E hoje? Para este escriba de idade agora algo adiantada? O que dizer?
Para começar me penitencio de tantas e tantas vezes em que terei claudicado nesse mister, nunca por afronta nem por desequilíbrio, mas certamente pelo inopinado do que venha a significar um dia depois do outro.
Quem não tropeça, por melhores intenções que tenha?
Filhos meus.
Dadivoso é Deus, por sua proverbial, segura e sempre presente providência, como a corrigir ou evitar percalços naturais a todo ser humano.
Quis manifestar sua vontade, e bem a entendi e por isso, sem revolta minha apesar da dor, quando considerou maduro o caçula dos meus meninos e o levou.
Em casa, em nenhuma oportunidade, a minha consorte e eu, programamos quando geraríamos os filhos, a esta altura todos consorciados, a prodigalizar esse mel que dizem se originar dos anjos, os filhos e tantos netos. Tanto que difere muito o interstício entre eles, uns próximos e outros como quase surpresa.
A poucos dias, inclusive, neste agosto, fomos promovidos, a Flávia e eu, à inenarrável condição de bisavós.
Como aqui não se lavra termo de extensão e se busca apenas o intuito de trazer quase que mero e singelo registro à data, longe do aspecto comercial, quero dizer o que já sabe a nossa própria prole: que os vejo graças primeiro a Deus como pessoas e famílias envolvidas em proporcionar o que de melhor possam aos seus filhos. Até porque outra não foi e continua sendo a preocupação deste pai humilde que tenta fazer o melhor, mas que, humano e falível, pode também claudicar.
O coração, contudo, está cheio de infinito amor por vocês. E não fiquem corados, por favor, nem me considerem ousado ao proclamar o quanto são lindos todos, filhos meus, noras, genros e netos.
O pai pode não ser. Os filhos, eu sei, sim.
E como!
Não se interrompa nunca, tampouco, essa tradição surgida ao espontâneo, de tantos anos, a de que sempre aos domingos à noite todos nos vejamos no lanche da noite aqui em casa.
Deus seja louvado e que os pais percebam e sintam a mão de Jesus no seu ombro, passo a passo, todos os dias.
Ele, o Pai de todos.
Sirva de fecho, assim me concedam, recordar meu pai, Luiz de Campos Filho, inspirado colunista e editor de seus próprios jornais na Capivari dos anos trinta.