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Publicado: Quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Pais: do amor e do desamor

Crédito: Disponível na internet Pais: do amor e do desamor
O amor não tem data e não tem preço. A falta dele não tem justificativa.

Antes de começar este texto alerto que, como poeta, tenho, também, liberdade poética, o que quer dizer que escrevo o que percebo,  não o que acho sobre isso ou aquilo. O pessoal, mesmo misturando-se com o geral, não o suplanta. Um texto poético é, sempre, um convite à reflexão.

Achei interessante este texto da figura que copiei por constatar que foi "curtido"  por  centenas de milhares de pessoas e comentado por dezenas de milhares...  Isso demonstra ser um “problema” recorrente, o que justifica nos debruçarmos sobre ele.

Em nossa Sociedade Capitalista ( O Brasil é o país mais capitalista do mundo! ) nos esquecemos do principal para viver o que "fica bem na foto'.  Lembro-me das tantas e quantas vezes em que visitava minha mãe no meio da noite, em silêncio, para ver se estava tudo bem...As vezes ficava alí "um tempão", olhando para ela e agradecendo...E recordo outras em que interrompia o que estava fazendo e ficava até duas horas ou mais ouvindo atentamente suas histórias, sem interrompê-la - Em uma dessas oportunidades nasceu "MEIGUICE", que me rendeu alguns bonitos prêmios de poesia ( reproduzo abaixo).

Hoje, ainda, sinto enorme prazer em visitar amigos antigos, tomar um café juntos, falar de coisas passadas e presentes, e trocar abraços afetuosos, que deixam o sabor de "quero mais". 

Tenho imensa alegria em  acordar na casa de meu sogro, um jovem senhor de 87 anos, e cumprimentá-lo, abraçá-lo, conversar com ele, falar de qualquer coisa e de tudo um pouco.  Aprendo muito, posso garantir.

Para aqueles que acham que os pais não precisam de apoio, de uma conversa, de um afago, de um passeio com os netos, digo que estão  enganados...Mas os filhos precisam disso muito mais, embora não o percebam, ou não admitam...

Para aqueles que acham que não tem tempo, digo que o tempo não é dos pais, mas dos filhos!

A vida é uma quimera, a vida é curtíssima, não podemos perder um minuto sequer em querelas, em coisas vãs, há que se ter discernimento, fazer o constante diálogo entre a razão e o coração, entre a fantasia e a realidade...Sem isso não há como sermos felizes.

Nada, absolutamente nada, substitui uma visita aos pais, um passeio com eles, uma cantoria, uma conversa descontraída.  Não há, neste mundo, presentes físicos que possam substituir isso.  É a construção de nossas vidas, e de nosso futuro, e do futuro de nossos filhos.

Infelizmente, como disse no começo, o Capitalismo desenfreado tomou conta dos corações, e ganhou o espaço que deveria ser ocupado pelos sentimentos nobres, pelas emoções.

Sou muito feliz por expressar meu amor por todos, pais, filhos, netas, amigos, amigas, minha esposa...

Sou careta?   Não tem problema!  Sou muito feliz por isso.

Desta forma não deixo dúvidas, nunca, sobre o amor que vai em meu coração e que me orgulho de ter por todos.

Nascemos para amar, portanto o amor não tem data e não tem preço! E a falta dele não tem justificativa, jamais.

 

MEIGUICE     ((Poesia dedicada à Doce Sebastiana, minha mãe)

 

Olhando para ela, e por ela,

Olho com atenção um outro lado

Um outro lado que ela traz atrás do olhar.

Uma vida, uma aventura, uma ternura

E consigo ver, ver e compreender tudo isso

Ver e calar, para poder me aprofundar

Na percepção deste outro lado

Um lado que não é dito, é percebido.

Um lado que conta histórias da vida, de toda uma vida

De uma vida encantadora.

 

Olhar, ver e calar, para poder perceber

E percebendo, encantar-me com a história humana

Um história permeada de aventuras e desventuras

Uma história construída pelos mais estranhos caminhos

De uma existência finita, que nos torna infinitos

Uma história de conquistas e perdas,

De conquistas e perdas que são ganhos.

Tudo ali, atrás daquele olhar

Um olhar que nos fala à alma,

Nos fala das noites e dos dias

De vigília, de esperança, de tormento e de bonança.

Mãe,

Olhando através de seu olhar, volto no tempo

E não posso deixar de ser criança.

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