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Publicado: Quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Paixões por lunetas e telescópios

Quando eu era menina, passava horas olhando o céu e tentava “contar” as estrelas. Não conseguia imaginar quantas havia e como elas eram. Meus pais me diziam que elas eram “astros luminosos que estavam há milhões de quilômetros de distância da Terra”. Para uma criança curiosa, isso não era o suficiente.

Comecei a estudar o Universo e a descobrir as galáxias. Como é fascinante olhar o céu durante o ano inteiro e ver as mudanças nas posições das galáxias.O Universo fascina o homem desde os tempos mais remotos. Os primeiros registros conhecidos são as menires de Stonehenge (Inglaterra), que provavelmente estavam relacionados com as posições do Sol e da Lua, há 4000 anos atrás. O grego Hiparco, (194 a.C. - 120 a.C.) baseando-se nas teorias dos Babilônios, construiu um observatório através do qual compilou um catálogo com a posição e o brilho de 850 estrelas do firmamento. Hiparco também elaborou uma tabela de ascensão dos signos, estudou a determinação da hora noturna, mediu as dimensões de distâncias do Sol e da Lua e construiu o modelo geocêntrico (tendo a Terra no centro do Universo) mais completo e eficiente. No século II, o grego Ptolomeu lançou um Compêndio de Astronomia, e sua tese, baseada em Hiparco, de que a Terra ocupava o centro do Universo foi aceita durante 14 séculos, até ser desmentida pelas teorias de Copérnico e Galileu. No início do século XVI, Nicolau Copérnico (1473-1543) introduziu o conceito de que a Terra é apenas um dos seis planetas (então conhecidos) girando em torno do Sol, o famoso Sistema Heliocêntrico e colocou os planetas em ordem de distância ao Sol: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno (Urano, Netuno e Plutão). Dentre outros cientistas como Tycho, Lipperhey e Kepler, Galileu Galilei (1564 -1642) foi um dos mais notáveis para a Astronomia. Dentre suas tantas descobertas a mais importante para a Astronomia foi a Luneta Astronômica, com a qual descobriu, entre outras coisas, as montanhas da Lua, os satélites de Júpiter, as manchas solares, e, principalmente, os planetas ainda não conhecidos. Os telescópios construídos antes de Galileu eram muito rudimentares e eram tubos com lentes nas pontas. Lentes para ajudar idosos ou jovens com problemas nas vistas em suas leituras já eram conhecidas na Europa desde o século XIII.

Depois de Galileu, vieram os telescópios de reflexão, que têm as lentes trocadas por espelhos. Há algumas diferenças entre lunetas e telescópios. Segundo o Observatório Phoenix, "lunetas são óculos de alcance para uso terrestre, normalmente pequenos, que fornecem imagens direitas. Geralmente são do tipo Galileu, combinação de uma lente positiva de pequeno diâmetro (objetiva convergente) com uma lente negativa (ocular divergente), que fornecem imagens virtuais. Telescópios usam lentes positivas. Uma objetiva de grande diâmetro, que fornece uma imagem real e invertida (no céu não existe a preocupação com o "lado de cima"), e uma ocular ou lupa forte (também positiva) para examinar a imagem. Podem ser refratores (de lentes), refletores (de espelhos) ou catadióptricos (de lentes e espelhos combinados). Podem trabalhar com grandes aumentos, mas precisam de uma base ou montagem móvel para se manterem estáveis ".

Atualmente, os maiores telescópios são os Keck I e II, instalados no Hawaii e, em breve outros como esses serão instalados no Japão e no Chile. O famoso Telescópio Espacial "Hubble" (homenagem ao astrônomo norte-americano Edwin Powell Hubble) foi imaginado nos anos 40, projetado e construído nos anos 70 e 80 e está em funcionamento desde 1990. Ele fornece imagens magníficas, pois apresenta a vantagem de estar no espaço, fora da atmosfera da Terra. A informação que obtemos de um astro está na luz que vem deles.
A atmosfera sempre "some" com parte dessa informação e é por isso que os observatórios astronômicos profissionais sempre são construídos em locais bem altos. Temos também o Telescópio Spitzer, que é o maior telescópio infravermelho lançado no espaço. É um instrumento muito sensível, que permite observar regiões do Universo antes não observadas pelos telescópios terrestres, pois a luz infravermelho não atravessa nossa atmosfera. Para aqueles que querem começar a estudar Astronomia, devem começar com uma luneta simples, de no mínimo 30 vezes de aumento e de 40 mm de diâmetro, como a Luneta 657, da Sosecal. Depois, conforme a “paixão” e a curiosidade, podem comprar lunetas de maior aumento.

Nossos telescópios trouxeram e ainda vão trazer muitas informações e imagens extraordinárias, que surpreenderiam até mesmo Galileu, Kepler, Copérnico e toda nossa humanidade.

Agora, fica a cargo dos adoradores do Universo as novas descobertas. Eu já tenho minha singela luneta.
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