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Publicado: Sábado, 10 de maio de 2008

Pangea Day

Crédito: Site pangeaday.org Pangea Day
Histórias do mundo todo para todo mundo.
Passei 4 horas assistindo filmes e sentindo histórias vivas, reais, de gente como eu, como você, como nossos filhos, pais, avós e irmãos. Algumas me tocaram profundamente, como a história de um palestino e um judeu que perderam suas filhas na guerra e – juntos – participam de um movimento pela paz.
 
Vi crianças com sorrisos de várias cores e olhos que contam as mais expressivas emoções. Câmeras espalhadas pelo mundo captaram sentimentos de amor, dor, maioridade, dança e esperança. Somos tão diferentes porém iguais! Portanto, celebremos o que todos nós temos em comum!
 
Conheci projetos, escritores, cantores e sons que desconhecia. Ouvi uma música criada por refugiados de guerra, que se reúnem para contar sua história ao ritmo de Reggae. Compartilhei emoções que moram em mim e em todas as partes do mundo.
 
O Pangea Day nasceu do sonho de uma única pessoa e se transformou em um movimento que conectou milhares, espalhadas por 180 países. E há quem não acredita que sonho vira realidade.
 
Presenciei uma cena de cidadãos de países inimigos que se abraçam e se perdoam, mesmo após terem perdido suas filhas na guerra. E há quem não acredita no perdão.
 
O Pangea Day usou os avanços tecnológicos a favor do encontro. Pessoas de todo o mundo puderam compartilhar histórias do mundo todo, em uma única vibração, pela terra e pela vida. E há quem não crê no amor.
 
Uma coisa me entristece: que o mundo todo não tenha parado para provar esse sabor. Me aflige que os indignados prefiram regar com água preta, que os pessimistas marchem para o não, que os machucados fechem a janela para o sol e que os desavisados durmam acordados. Mas eu sei que cada um tem o seu tempo.
 
É urgente acordar a alma! Dizer não para a submissão e sim para a dignidade. É vital reaprender a sentir, desanestesiar o coração e arrepiar a pele.
 
O Pangea Day escancarou histórias de gente que é herói, pelo simples fato de não perder a esperança e seguir lutando por uma vida mais digna. “É preciso aprender a transformar a dor em força para a mudança” – disse um pai que perdeu sua filha na guerra. Não sei se há dor maior do que essa.
 
De fato, a vida não é fácil. Para alguns, pode beirar o insuportável, a provação mais abismática, a queda infinitamente vazia. Mas as histórias contadas no Pangea Day me acalantam e mantêm acesa a chama do amor eterno.
 
Cada um escolhe no que quer acreditar. Eu, que sou assumidamente uma romântica incurável, prefiro crer que estamos no início de uma nova era que verá a paz. Ainda somos poucos. O mundo ainda não está sendo governado por pessoas com alma “pangea”. Há desgraças por toda parte, refugiados de guerra, de clima, de dor. Mas lentamente e urgentemente, caminhamos para o inexorável caminho sem volta, de união e beleza. Felizmente, há adultos que já acordaram para isso. E as crianças - nossas sábias e puras crianças – sabem disso mais do que ninguém. Só temos que cuidar para não estragá-las.
 
Não depende só de mim ou de você. Depende de todos nós, a cada amanhecer. Depende do que rabiscamos com nossos passos, do que esculpimos com nossos gestos e do que cantamos com nossas palavras. Somos o exemplo para nós mesmos e para todas as nossas relações. Somos tudo de bom, ou tudo de ruim que pudermos ser. Com nossa vida, podemos “pangear” ou fragmentar.
 
Eu escolho Pangea! E se por acaso você não sabe do que eu estou falando porque prefere se conectar com assuntos mais “importantes” como o Caso Isabella, não perca mais tempo! Clique aqui!
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