Pedofilia Seletiva
Artigo publicado ontem pela jornalista Mariliz Pereira Jorge, no Portal UOL, tem por título uma pergunta marota: “Por onde anda Deus quando um padre estupra uma criança”? Afirmo que a pergunta é marota porque a colega, embora não seja obrigada a ter noções básicas de Teologia, deve muito bem compreender que nosso Deus não tem nada a ver com a maldade cometida pelos que não vivem no amor e na bondade, como Ele nos pede. Má vontade com Deus e com a Igreja Católica: eis a regra de ouro do jornalista de visão rasa quando deseja agradar a maior parte dos leitores. Em vez de se aprofundar no assunto, joga para a torcida.
É triste constatar a realidade de que a pedofilia existe mesmo entre poucos padres católicos. Era para não ser nenhum, mas infelizmente não é o que ocorre. Principalmente nos últimos anos, tanto Bento XVI quanto o Papa Francisco têm se esforçado em investigar e punir os sacerdotes pedófilos. Ao mesmo tempo, já pediram desculpas publicamente várias vezes. Mas para a imprensa anti-católica nada disso vale. Não valem os padres afastados, as comissões de investigação formadas, as constantes declarações condenando essa abominação que degrada a imagem da Igreja.
Principalmente no Brasil, os dados sobre a pedofilia são muito frágeis. Não se pode confiar muito neles, mas a experiência de várias fontes indicam que a grande maioria dos casos de pedofilia acontece em casa, sendo perpetradores os próprios pais, padrastos, parentes próximos ou conhecidos da família. Outro mito que a imprensa fomenta de propósito é o de que mulheres não podem ser pedófilas. Podem sim. E também há casos. A imoralidade sexual já não faz distinção de gênero.
Há mais pedófilos escondidos dentro de casa do que numa sacristia. Repito: não deveria haver nenhum caso envolvendo a Igreja e aqui não se está querendo isentar de culpa os que são mesmo culpados. Porém, não se pode transferir automaticamente a pecha de pedófilo aos mais de 400 mil padres católicos espalhados pelos cinco continentes, porque isso é desonesto de várias formas.
Ademais, a imprensa é condescendente com a pedofilia quando lhe interessa. Em 16 de outubro de 2015 o blog Mulher, do UOL, publicou matéria intitulada “Pedofilia não é sinônimo de abuso sexual e também requer ajuda”, assinada por Yannik D’Elboux. Em 11 de setembro de 2017, a coluna TAB, do mesmo UOL, publicou a matéria “Pedófilo procura ajuda”, assinada por Mirella Nascimento. Ambas dão a entender que o pedófilo não seria um criminoso, mas um simples “doente”. Matérias assim são publicadas de tempos em tempos. É muita boa vontade para com os abusadores de criança. Os que não são da Igreja, claro!
Pedofilia é crime, um ato abominável diante de qualquer pessoa e principalmente diante de Deus. Jamais um católico de bom senso e realmente fiel à Doutrina, aceitaria justificativas para coisa tão medonha praticada por membros da Igreja. Mas daí a demonizar o clero todo e crucificar o Papa na mídia mundial, vai uma diferença enorme.
Como o assunto é deveras complexo e delicado, coloco abaixo links de fontes contendo matérias e reportagens sobre o tema. Os realmente interessados, façam o favor de mergulhar neles. Encerro respondendo, com toda boa vontade, à pergunta marota da colega Mariliz, imaginando que ela não queira mesmo somente fazer acusações distorcidas mas que também está, como nós católicos, preocupadíssima com o combate à pedofilia.
Poisé, Mariliz... Sabe por onde anda Deus quando um padre estupra uma criança? Está chorando junto com ela. Pois o Criador nos deu o livre-arbítrio para praticarmos o bem ou o mal e infelizmente não são poucos os que escolhem o caminho da maldade. Deus, que nos deu tudo, não tem culpa das nossas imoralidades e crimes. Ele chora junto com as vítimas, sejam elas abusadas por sacerdotes ou não.
FONTES:
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-43010109
https://tab.uol.com.br/pedofilia#imagem-1
http://estudosnacionais.com/geral/militancia-pela-pedofilia-no-uol/
https://padrepauloricardo.org/blog/quem-vai-pedir-explicacoes-a-onu
http://www.olavodecarvalho.org/cem-anos-de-pedofilia/