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Publicado: Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Porvir

Eis aí um vocábulo interessante, encontradiço porém muito mais na linguagem poética ou literária.

Seria de se trazer essa palavra, um pouco mais para dentro do cotidiano, pelo menos naquilo de quando haja intenção de expressar o futuro, o desconhecido, o que estaria por vir.

Quem sabe do amanhã?

Qual o porvir de cada um?

O incógnito, se não atemoriza, com certeza o impede de proclamar qualquer ato ou ação humanos como certos e acabados.

Para viajar em sentido contrário, dada a finitude de tudo e de todos, comandada pelo Criador, não seria exagero dos maiores afirmar-se que o futuro não existe.

Acalme-se o leitor, entanto, que não se deseja atribuir fulcro negativo ou pessimista a este comentário.

É que pouco se dá à circunstância de que, por mais importante que alguém seja, insubstituível não o será jamais. Einstein faz falta hoje? Não, porque a mera conjetura não permite sonhar com o inconcebível. A humanidade se serve hoje dos profundos conhecimentos de um cérebro extraordinário, gênio reconhecido. Cultua-se-lhe a memória e se vale o mundo de seus conhecimentos, a merecer toda admiração e preito, embora se teime em apresentá-lo com aquela feição de tresloucado.

Comporta-se o homem com tal pretensão de eterna segurança, que se entende no direito de reclamar quando o planejado por ele não acontece tal como concebeu.

Se um plano falha ou simplesmente deixa de acontecer e morre de vez ou é procrastinado, por evento inesperado e fora do seu controle, por que se aborrecer? Isso mesmo. O imprevisível não se apreende por antecipação. O imponderável independe de você,

Somos finitos.

Dependentes.

Figurantes em muito da vida humana e terrena, mas figurantes apenas, de algo maior, governado pelo alto, imperscrutável.

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