Prêmio Padre Antonio
A sociedade local inscreveu, para perpetuar na história, no sábado, 21 de maio, uma página memorável, de tocante e merecedora homenagem a ituanos ilustres, desta vez não aos do passado, mas a contemporâneos. Evidentemente que, nomes de alguns antepassados e porque intimamente ligados aos personagens em foco, foram devidamente rememorados.
A Sociedade Amigos da Cidade de Itu – a SACI, não poderia ter tido melhor maneira de condignamente comemorar o seu Jubileu de Ouro, do que fundir numa mesma solenidade outra iniciativa, a da outorga do Prêmio Padre Antonio Pacheco da Silva a pessoas que se destacam na área de saúde. Evento criado em 2010 e agora, pois, ainda na sua segunda edição.
Decidiu-se entao premiar, num só ato, três filhos do casal Décio Salvadori e Denise Fávero Salvadori, os médicos Ricardo Fávero Salvadori, Décio Salvadori Júnior e a bióloga Daisy Maria Fávero Salvadori. Eles, cardiologistas de renome e ela, bióloga de reconhecido destaque, figura de proa na UNESP em Botucatu. Os homenageados, destarte e sabidamente, profissionais de primeira linha, com atuação e estudos no Brasil e no exterior.
Igualmente alvo de idêntica distinção, a do Prêmio Padre Antonio Pacheco da Silva, as senhoras, Dra. Daisy Lupi Fávero e Dona Denise Fávero Salvadori. Objetivou-se, em suma, contemplar no todo a Família Fávero Salvadori.
O início, ao entardecer, deu-se com a projeção do filme de serenata ao patriarca Décio Salvadori, de saudosa memória, à meia noite, na data em que tinha comemorado seus 83 anos de idade. Fora carinhosamente surpreendido pelos seus vizinhos e alguns amigos. Logo aí, para começo, um momento da mais profunda emoção.
Em seguida, o mestre de cerimônias da SACI, Professor Renê Coimbra Galvão , abre a solenidade com a saudação a todos e palavras de agradecimento ao Sincomercio e à Sociedade Beneficente São Camilo-Santa Casa de Itu, na pessoa respectivamente de seus diretores, entidades cujo apoio foi de excepcional importância neste evento. Estendida a gratidão a outras diversas pessoas, atuantes e dedicadas na organização geral.
Usou da palavra o presidente da SACI, sr. Alberto Pacheco Fay, que chamou os homenageados para compor a mesa, juntamente com o presidente da Câmara de Vereadores, sr. Givanildo Soares da Silva. Mais autoridades e pessoas gradas, numa extensão da Mesa de Trabalhos, ocuparam as poltronas da primeira fila do Auditório.
Na sequência de emoções, Maria Célia Brunello Bombana fez a leitura da Prece dos Enfermos.
Veio entao a apresentação da Violonista Célia Trattel e do saxofonista José Tabajara dos Santos, músicos exímios, com a valsa intitulada “Seis de Julho”, composta pelo Vovô Fávero.
Ao mesmo tempo em que nomes e fatos iam sendo citados, fotos pertinentes eram projetadas em tela ampla e bem visível.
Coube na sequência ao Dr. José Carlos Safi, mentor na criação do Prêmio Padre Antonio, entusiasta e dedicado ao extremo, apresentar mais uma vez a história dessa brilhante figura do clero ituano e pouco lembrado durante tantos anos.
O público é de novo brindado com mais um número musical, sempre atento aos harmoniosos acordes.
Imediatamente após, concede-se a palavra ao festejado e querido mestre de gerações de ituanos, o Professor João dos Santos Bispo. Uma nota especial, personalíssima e admirável do provecto e nonagenário cidadão. Discorreu longamente sobre os ancestrais tanto da família Fávero como da família Salvadori, com citação de outros laços de amigos e familiares, mas sempre com a inacreditável menção de datas, inclusive citando nomes de pais e filhos e com trazer também práticas até dos tempos de menino dele próprio, frequentador das missas dominicais das cinco da manhã na Igreja do Bom Jesus. Ele, o professor e os amigos dele, adoravam essa devoção, porque no retorno havia parada obrigatória na Padaria Alemã, das famosas iguarias, entre as quais o saboroso pão doce, de extremidades crocantes. Algo combalido pela idade, lúcido entanto como se estivesse a falar de eventos do dia anterior.
Perpassou memórias desde o nome nacional do eminente Dr. Flamínio Fávero e do irmão Francisco Ernesto Fávero, Contador da Prefeitura por quase meio século.
Comoção generalizada na platéia.
Já para a entrega dos respectivos certificados, usou do delicado expediente de chamar ao palco, a cada entrega, um grupo diferente de amigos do passado que, em conjunto, ofereciam o merecido galardão.
Assim portanto se fez, a começar pela Dra. Daisy Lupi Fávero, tia dos doutores Ricardo, Décio Jr. e da irmã bióloga, esta afetuosamente chamada na festa como Daisynha. Um grupo de senhores de meia idade, colegas chegados do então destacado jogador de futebol de salão, Dr. Ricardo, encarregou-se de sua comenda. Com alusões ao também futebolista, mais novo, Dr. Décio, deferiu-se a honraria, através de outro pugilo dos amigos de antanho. Tampouco se esqueceram eles de citar a particularidade de quando o Dr. Décio, ao invés de se reunir aos amigos de classe para estudar, ia jogar bola. Nunca porém com prejuízo às excelentes notas no Colégio.
Duas simpáticas amigas da bióloga Daisynha, rememoram, emocionadas, inocentes travessuras de infância, ao lhe conferirem o certificado.
Procedeu-se, ato contínuo, à entrega de flores às esposas dos homenageados.
Dentro da programação, convidado, foi dada a palavra a este articulista, que proferiu impressões de amizade e carinho, na condição de colega de trabalho da genitora dos médicos, a senhora Denise Fávero Salvadori, em 1962, aos tempos do entao IAPI, na Praça Padre Miguel. Também Dona Denise foi agraciada com flores.
Finalmente, o Dr. José Carlos Safi, acolitado pelas senhoras Maria Célia Brunello Bombana e Ditinha Schanoski, fizeram a entrega do Prêmio Padre Antonio Pacheco da Silva para a Família Fávero Salvadori, justamente na pessoa de Dona Denise.
Em agradecimento, por último, usaram da palavra os médicos Dr. Décio Júnior e Dr. Ricardo, tendo este chamado ao palco suas duas filhas e uma sobrinha, também médicas e o sobrinho, engenheiro. Mencionou inclusive o irmão mais velho, presente na platéia, o engenheiro Sérgio Fávero Salvadori, cuja obra, explicou, não poderia ser mostrada por situar-se no subsolo da capital do Estado.
Os que compareceram a essa magna festividade, foram finalmente convidados a um coquetel e congraçamento, oferecidos ali mesmo, no hall da sede do Sincomercio.
Este relato, sem nenhum fito literário, cumpre tão somente a oportuna possibilidade de deixar registrado minimamente aquilo que do muito se consumou como feliz