Preocupações ecológicas
Vivemos momentos de intensas e saudáveis preocupações ecológicas: dia 26 de março das 20,30 às 21,30 horas apagaram-se as luzes, em diversos países e locais, forma simbólica de combater o aquecimento global (Hora do Planeta) e sobre a futura ausência de água, poluição atmosférica, etc., movimentam-se os dedicados ecologistas em articulações, simpósios, congressos e assim por diante.
Todavia, o modesto cidadão ou cidadã em sua labuta diária sentindo mais de perto o sério problema da própria remuneração econômica, sempre insuficiente para digna manutenção, evidentemente, não tem condições de se preocupar com essas e outras situações, que afetam o meio ambiente.
A tragédia do Japão, com terremotos, tsunamis e o tóxico vazamento da usina de Fukushima, nos levam a considerar a conveniência ou não de se produzir no Brasil a perigosa energia nuclear, fatal nos eventuais vazamentos e imprevisíveis acidentes ou desastres.
Ainda mais que a tendência de se considerar Deus “como brasileiro” vai enfraquecendo cada vez mais, face ateus e prosélitos de crenças e ideologias não cristãs, crescerem assustadoramente apoiados na norma constitucional do estado laico. Relembrando sempre o eminente jesuíta Padre Leonel Franca, que num dos seus livros, afirma que atrás das grandes questões há sempre um problema religioso, cumpre-nos destacar que as preocupações ecológicas, corroborando essa assertiva, integram a Campanha da Fraternidade deste ano.
Nada mais adequado para ressaltar a necessidade de incrementar o amor, seja entre nós mesmos e o próximo, do que começar cuidando dos bens que a própria natureza generosamente nos oferece. Amar se insere no primeiro mandamento do Decálogo: a Deus e ao próximo como a si mesmo e a prática, ou seja, a vivência exige voluntariedade consistentes no esforço, na dedicação.
Nada mais recomendável, também, para os principiantes e titubeantes, portanto, do que iniciar o aprendizado do amor com desvelos e cuidados para com a natureza, cuidando da pureza das águas e do ar, das matas e vegetação, dos animais, aves, peixes e tudo que nos envolve propiciando-nos conforto e alegria.
Temos a lastimar apenas, que a minoria de não cristãos existentes no Brasil, amplamente aceitos, cerca de 10% da população (num cálculo otimista baseado nos dados extraídos do Almanaque Abril, Ed. de 2002, pg.155) tem fácil acesso às mídias eletrônicas e impressa e promovem tremendo estardalhaço contra os cristãos, como se nota em artigo publicado no principal jornal diário de Campinas de 25 de março corrente (2011), em que preconceituoso e escorregadio articulista, citando pesquisador desconhecido para o grande público, “Phil Zuckerman” afirma que “as religiões tem o talento de fazer as pessoas mais burras: refratárias ao conhecimento, subservientes e com consciência de manada...”
Chegamos à conclusão, portanto, que as preocupações ecológicas, infeliz e paradoxalmente, podem disfarçar as carapuças dos contínuos dilapidadores do Cristianismo.
Post Scriptum: Ilustre leitor responde ao articulista que citei acima da seguinte forma: “ao defender que a religião torna as pessoas mais burras e refratárias ao conhecimento, dá mostras claras do seu desconhecimento sobre líderes religiosos brilhantes, que são referência de cultura e saber. Por infelicidade citou Phil Zuckerman, sociólogo americano e ateu confesso, que, ao contrário do que pensa o professor, diz concordar que valores cristãos na antiguidade serviram de base para estados de bem-estar social evoluídos em determinados países, especialmente os escandinavos.” (C. Popular de 31/3/2011).
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