Publicado: Sábado, 13 de outubro de 2007
Presente de Casamento
O tempo vai passando e os amigos (as) vão se casando. É um fenômeno, uma das fases da vida. Aqueles do tempo do ginásio já estão quase todos casados, alguns com filhos. Outros já estão na iminência de casar em breve. Nos últimos quatro anos, fui convidado para uns vinte casamentos. Participei de alguns como padrinho, o que me deixou orgulhoso pela amizade que tenho com muita gente.
Ser padrinho ou madrinha de casamento é mais do que apenas dar um presente de valor aos noivos. Geladeira, fogão, televisão de plasma, são coisas materiais que qualquer um pode comprar. Na perspectiva da fé, estar ao lado dos noivos no altar é também fazer um compromisso com Deus, um trato no qual nos responsabilizamos a ajudar o marido e a mulher a manterem vivo o matrimônio.
Apadrinhar um casal durante uma cerimônia de uma hora é relativamente fácil. Tarefa verdadeiramente difícil é testemunhar amizade e preocupação durante uma vida inteira. O matrimônio é vivido entre duas pessoas, tem seus altos e baixos. Quando tudo vai bem, é só alegria e satisfação. Quando tudo vai mal é que os amigos, muito mais os padrinhos, devem se fazer presentes.
Já comentei aqui sobre como muitos enxergam o casamento nos dias de hoje. Tratam como se fosse descartável e sobem ao altar pensando que “se não der certo a gente separa”. Não levam em conta que é muito mais valioso lutar para manter uma relação do que simplesmente jogá-la fora. E isso só pode ser conseguido através do diálogo, da paciência, da compreensão, da fé.
Sempre que posso, nunca dou os presentes de casamento convencionais. Busco presentear com algo que simbolize o que descrevi acima. Fica óbvio que acaba sempre sendo um presente ligado à religião. Pode ser um crucifixo, uma bíblia ilustrada, um quadro da Santa Ceia, do Coração de Jesus e de Maria. O meu preferido é uma imagem da Sagrada Família trabalhando, rica em significado.
A peça mostra São José sentado, trabalhando uma peça de madeira. Ao lado dele está Nossa Senhora, fazendo um bordado. No meio deles está o Menino Jesus, em pé, brincando de trabalhar também com um pedaço de madeira, como se estivesse mostrando para a mãe o seu afazer e pedindo orientação ao pai adotivo. A cena é bela, pois mostra a Sagrada Família unida e a trabalhar. O matrimônio nada mais é do que isso: a união entre duas pessoas, juntas a batalhar pela felicidade mútua.
A presença de Deus é fundamental na construção de uma família realmente feliz. É pena que muitos casais se esquecem dessa verdade e deixam a bênção divina lá no altar, esquecendo de levá-la para dentro de seus lares. Nessa bela história da união afetiva e efetiva entre duas pessoas, Deus não pode ser apenas um coadjuvante. Ele é sem dúvida um dos atores principais, sem o qual nada poderá dar certo.
Um casal que não leva Deus para sua casa não tem o suporte necessário para enfrentar os momentos difíceis do matrimônio. Sem a presença divina o diálogo cessa, a paciência acaba, as acusações e agressões se exacerbam, o perdão vai ficando cada vez mais difícil. As mágoas tomam o lugar da alegria e a separação torna-se inevitável. Apenas com a ajuda de Deus aprende-se as lições necessárias para superar tais dificuldades.
Se você já é padrinho ou madrinha de casamento de algum casal, se está para tornar-se um, pense bem na sua função de zelar pela felicidade de ambos. Note bem: eu disse “de ambos”. Não é porque sou padrinho da noiva, que irei depois ficar contra o noivo e vice-versa. Sendo o casal “uma só carne” aos olhos de Deus, a tarefa é cuidar para que sejam felizes um com o outro e não separadamente.
Ser um padrinho fiel e amigo, daqueles com o qual se conta para todas as horas. Eis o melhor presente de casamento que se pode dar e que não tem preço!
Amém.
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