Quando o convidado é você
Foi convidado para jantar na casa de outra pessoa? Para um drink? Um aniversário?
Leve alguma coisa. Pode ser um vinho, uma caixa de bombom, um vasinho de flores, um mimo qualquer para a anfitriã. Mãos vazias jamais! Alguém passou bastante tempo na cozinha preparando com muito carinho algo para você. Seja gentil!
Nos dias de hoje, esta cada vez mais impossível dar uma festa, ou mesmo um pequeno jantar sem passar por constrangimentos. A alegria de quem recebe é a satisfação de quem vem.
Ou melhor, seria! O problema já começa bem antes, na hora dos convites. “Ah obrigada, vamos sim!” Mas o meu namorado não come peixe, eu como de tudo, menos leite, você sabe tudo que contenham derivados também, queijinho nem pensar molho branco nem pensar. Estou feliz por você ter me convidado! Só tem uma coisa: É que eu não estou comendo massas e nem carne vermelha.
Ninguém merece pensar um menu bacanérrimo, planejar um jantar nos mínimos detalhes, para na hora de servir topar com a cara de ÉCA do convidado ou convidada que resolve, naquele momento, abrir sua lista de restrições alimentares. Vá para o inferno!
Somente se você tiver alguma restrição séria avise a anfitriã, ela vai te agradecer para o resto da vida (eu já passei por isso e sei do que estou falando). Não é preciso entrar em detalhes tipo aqueles pedacinhos de cebola que você não come tá? Agora se você começar a separar a comida no prato, a "pescar" os ingredientes, para mim, cometeu a maior gafe que poderia cometer enquanto convidado. Nota zero.
A única maneira de satisfazer a todos seria servir uma saladinha simples, filé de frango no vapor sem ervas ou especiarias e com pouco sal. Isso é uma festa?
Quando convido alguém, quero que diga que a comida está gostosa, a bebida uma delicia e que o encontro não poderia ser melhor. Quanta viagem!
Quando era criança a casa da minha avó, por exemplo, vivia cheia de amigos, ela oferecia almoços ou festas sem medo. Ninguém sentia culpa diante de um belo e gorduroso pernil de porco. Ninguém rejeitaria uma carne de caça, por exemplo, como se o almoço fosse um atentado ecológico. E quem não gostava fingia comer um pedacinho e quando a vovó virava a costa, limpava o prato em algum lugar, num canto qualquer.
Hoje, as pessoas fazem questão de ser sinceras, que mau gosto! Faço um estrogonofe aos quatros queijos e ouço: “Não como queijo”.
Lá vou eu quase entrando em desespero vasculhar a geladeira ou o congelador para arrumar algo para satisfazer meu convidado. Um dia, saio do salto e respondo: “Então vá comer uma empadinha no bar da esquina fofa”.
Pior do que isso é quem finge que está fazendo dieta. Ofereço uma massa. Reclama e come até não agüentar mais. Trago a sobremesa, um alguém grita em alto e bom som que açúcar faz mal. Em seguida, come dois pratos. E para piorar ainda tem gente faz cara triste, para que eu me sinta culpada por estragar a sua dieta.
O tipo mais irritante que se pode convidar é o fiscal de barriga alheia. Seu objetivo principal é observar os quilos extras dos outros, e comentá-lo no instante em que um dos convidados encheu o prato e está dando a primeira garfada. “Você come bem heim!” Pronto, acabou com a pessoa, todo mundo sente culpa por extensão.
E o anfitrião só fica pensand