Quanto vale o seu voto?
Por antecipação e não sei se vai entender, a pergunta é direta e objetiva para cada eleitor de per si e, a um tempo, todos eles.
Não vou pesquisar agora quantos votos as urnas receberam na eleição presidencial, mas, salvo engano, foram além de 54 milhões.
À luz do que nesta tarde se perpetra em Brasília, terá se enganado ou desiludido um quarto aproximadamente de toda população nacional. Isto, em virtude de que aqui se trata tão somente dos que o sejam, eleitores.
De todo modo se sobressaiu às escâncaras o contingente altamente superior dos manifestantes que bradavam pela deposição da Presidente.
Mas, para muitos dos mesmos brasileiros que sufragaram a nobre senhora e que no entanto não bateram panela a incitar seu impedimento, de nada adiantou levá-la aos píncaros, porque caiu.
Bem pensado, perderam igualmente seus eleitores que viram nela esperanças e, movidos pela turba e pela arruaça, aderiram ao clássico arremedo reclamatório, a lhe pedir a cabeça.
Em suma, erraram todos.
O voto, a esta altura, esteve fragorosamente derrotado, para uma e outra corrente. Ontem um feixe único hoje desfeito em duas alas.
Aqueles que hoje lamentam, tanto como os que aplaudem. Vítimas todos no sistema do voto compelido.
Como a história não tem caneta que antecipe o seu fulcro, efeitos e resultados, o futuro vai revelar tudo, que no caso de desacertos, será tarde.
Tiradentes que o diga, eis que o feriado que ele motivou não pode devolver-lhe a vida.
Obama nestes dias se transporta para Hiroshima e Nagasaki e frisa, que não será para pedir desculpas. Algo irônico que, no fundo e na alma, pelo que se depreende de seu porte e caráter, mesmo assim o desagradaria ter acontecido. Sua visita não ressuscita ninguém.
Do rebento de 64 muito nosso, nem recordação há. Para dizer pouco, destruiu o sistema da assistência social, outrora separado por categorias profissionais e bem administradas de per si, por englobá-las todas no desditoso e globalizado INPS.
Seu voto, o de cada um, no fundo e efetivamente, não vale nada.
Os eleitos, de cuja coorte não se salva quase ninguém, têm culpa sim pela generalizada desfaçatez, mas quem lá os colocou fez-se pelo menos displicente e desavisado.
Votou por obrigação, quer dizer, compelido.
E, nesse desleixo do voto obrigatório, muitas vezes, quase à frente da urna, não sabe nem o que fazer.
Em 2018 tem mais, sem se falar que estados e municípios, podem treinar daqui a pouco, no 2017 bem à vista.
O que humilha mesmo é o circo que ultrapassa limites e envergonha uma nação.
Fiasco que não escapa contudo à imprensa internacional.
Muito estranho que conheça e comente o que aqui não se menciona.