Quem duvida?
Sentem-se amigos aqui do lado, há espaço para todos, como se fora nas gerais, porém diante da televisão, para falar um pouco sobre a Copa do Mundo 2014.
Não se diz que sobre religião e futebol não se discute?
Não é por isso mesmo conversa de profissional nem de quem conheça nomes, datas e peculiaridades sobre futebol.
O papo que em seguida se travar, pelo da parte de cá, de fato não se trata absolutamente da fala de um “expert” em futebol. Tudo é mera e despretensiosa digressão.
Claro que é torcedor, mas nem será preciso dizer qual o time de sua preferência aqui no Brasil e, mais precisamente, no Estado de São Paulo. Além das fronteiras estaduais, tanto no Rio, Minas e Rio Grande do Sul, tem-se por lá algumas preferências, mas num sentido de mera simpatia. Agradam, o Fluminense, também tricolor e os dois Grêmios.
Já o Ituano é algo diferenciado, aqui do fundo do coração.
Quanto a ter praticado essa atraente modalidade esportiva, isto sim, teve oportunidades nas variadas fases da vida, desde a infância a correr atrás de bola de meia, até a juventude e na maioridade. Nesta, claro, enquanto foi possível. Atualmente, não se consegue mais do que um simples e descontraído bate bola na praia. E olhe lá ainda...
E a Copa, já que sobre ela em especial os prezados leitores estão convidados a acomodar-se um pouco neste espaço e emitir impressões, no mais das vezes eivadas de suspense, estupefação, admiração e quase uma primeira decepção. Isto sobre precisamente o embate entre o Brasil e Chile. Aquela bola no travessão nos estertores do jogo, quinta feira, 26, quase leva a gente a colapso. Ufa.
Ressalve-se ter sido salvo o prestígio do Júlio Cesar, herói da tarde, antes um tanto desacreditado, ao ensejo da Copa na África do Sul. Redimiu-se.
No pessoal sentado ao lado, de mais de um deles, no momento da cobrança dos pênaltis, ouviu-se falar que ou tamparia os olhos ou sairia da sala.
Exatamente, diga-se um pouco a respeito do futebol praticado pelo Chile e pelo Uruguai. Tem a característica principal no exercício da violência e falta de espírito esportivo. Entendem que o jogo se ganha pela botina e com vergonhosas agressões. É de se lastimar porque ambas as esquadras, em si, têm atletas de primeiro nível. Ponha-se à parte, o caso do Suarez e que haja menção, para dizer pouco, do avanço sobre o Neymar, agredido com furor e sempre por dois jogadores de uma vez. Ficou nítida essa covardia como ingrediente recomendado pelo seu irrequieto técnico.
De um jeito ou de outro, na sexta próxima, 4, a prova de fogo. Para dizer melhor, não de um jeito ou de outro, mas porque desfalcada a equipe brasileira após as contusões resultantes desse jogo. Anuncia-se inclusive a não participação do Neymar.
No futebol tudo pode acontecer. Equipes tradicionalmente fortes encontraram resultados suados diante de adversários antes considerados modestos, mas que se revelaram capazes dentro do campo.
Merece ser anotado para a posteridade o gol de “peixinho” do holandês Van Persie. A câmara lenta comprovou que o notável atacante alçou autêntico voo naquele instante.
Se a Copa do Mundo foi referida na mídia estrangeira como preocupante, quanto à segurança em especial, a mesma imprensa acabou por reconhecer estar sendo esta a maior e mais emocionante de quantas foram realizadas. Com total sucesso. Pelo menos até agora.
Itu recepcionou, aliás, duas delegações e com grande expectativa. Na realidade, porém, junto à população, a repercussão foi praticamente nula. Muito anúncio para pouco espetáculo.
Certo cronista, alhures, comentou que a vaia – que falta de civismo! – contra a mandatária do País, senhora Dilma Roussef, partiu justa e contraditoriamente das elites e não do povo simples. De fato, qual mortal meramente assalariado poderia dispor de ingressos de tão elevado preço, além das despesas de viagens para cá e para lá, hospedagens inclusas?
O povo, na acepção pura da palavra, viu os jogos pela televisão ou, quando muito, nas aglomerações gigantescas nas mais variadas localidades brasileiras. Itu teve, por isso mesmo, sua arena Coca Cola, com notável comparecimento e vibração.
Confiança e esperança, sejam o sentimento em uníssono de todos os brasileiros.
A pátria calça chuteiras, disse ele com razão.
De que esse esporte realmente empolga, quem duvida?