Quem salva o Brasil?
A mais contraditória e revoltante realidade está num ponto, do qual praticamente muito poucas pessoas se dão conta. O povo, a sociedade, deixam-se conduzir como se um aluvião as envolvesse. Há pouca reflexão e tudo segue num ritmo que poderia ser bem mais autêntico, verdadeiro, inteligente e altamente merecido. O povo deixa-se conduzir. E só.
Nesse arrastão infrene, se salvariam, em tese, os bem sucedidos particularmente. Aqueles que garantiram seu sustento e comodidade. É justamente nesse meio que, exceção feita ao sucesso particular e que é raro, ainda pululam os privilegiados sustentados pelo erário e desses, num primeiro plano, os marajás que nunca acabaram. Ficam embutidos nesse privilegiado meio os que lograram serviços públicos relevantes e de vantagens múltiplas, seja pela via do concurso, seja porque favorecidos politicamente.
Seja voltado o foco, pois, para o povo como um todo, a grande massa.
Conduzidos e premidos pelo que de lá de cima se decide. Daí não se poder negar que o grosso da população brasileira somente obedece e paga tudo quanto dela se cobre, mesmo sob a não contra-prestação de nenhuma evolução, vantagem ou atendimento.
Curiosamente, a parcela desfavorecida, numericamente, é justamente ela que carrega o país nas costas. São tantas as agruras da sobrevivência que não sobra tempo para refletir. Seguem de roldão, conduzido o povo ao sabor e vontade de quem não lhe promove o bem estar.
Acaba por se comprovar, destarte, que inexistem lideranças.
Não se fale, por favor, que de lá de cima vem as lideranças. Não, não. Nas alturas inacessíveis ao comum dos mortais tudo se cozinha às escondidas e em benefício próprio e direto.
Enquanto de dentro do povo não surgirem ações sensatas e sem espírito de revolta para conclamar mudanças, tudo ficará do jeito que está. Mais ainda, se fruto um dia houver nesse intento, nunca seria para o agora. Talvez nem os filhos o alcancem. Os netos? Talvez.
É preciso reagir.
Bom começo são as associações, ONGs se delas existirem desfocados ou independentes da política, clubes de bairros, em que não metam o nariz os ocupantes de mandato político nas áreas municipal, estadual e federal. As sedes das corporações até ostentariam, para sua garantia e evitar degeneração, uma placa simples a informar que fica vedada a entrada de políticos.
Tudo sonho, não é?
A gente sabe e... como!
Os construtores da nação a carregam nas costas e nem perceberam ainda.