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Publicado: Sexta-feira, 20 de janeiro de 2006

Queremos meio ou inteiro?

Começamos o ano de 2006 literalmente de alma lavada! Muita chuva e o alerta de que estamos entrando em um período crítico da nossa existência. São muitos os desastres e prejuízos que enfrentamos nesta estação, com chuvas cada vez mais intensas e repentinas como ocorreu há dias atrás, e que, com a interferência humana em aumentar a calha do Rio Tiête na cidade de São Paulo, o volume de água na região do Médio Tietê aumentou consideravelmente, causando prejuízos e transtornos para aqueles que se situam às margens do rio, como ribeirinhos, restaurantes, campings, fazendas, usinas históricas. Todos que utilizam este meio ambiente devem ficar atentos, pois este episódio com certeza vai se tornar mais constante após a entrega das obras e com toda mudança climática que está ocorrendo em nosso Planeta.
Mas infelizmente, não são somente as chuvas os problemas e dificuldades que o futuro nos reserva. Existe também o contrário, a constante falta de água que estamos enfrentando na cidade e no Mundo todo, várias regiões são castigadas pela seca, como na região Sul e no Pantanal, provocando fenômenos jamais vistos pelos homens. Ou seja, hoje os fenômenos naturais são mais radicais, extremos, oito ou oitenta!
Isto não vem ocorrendo somente no Brasil, mas em todo o Planeta, provando a todos que a Natureza está em total desequilíbrio. O aquecimento global esta aumentando, ocasionado principalmente pela emissão de gases e metais pesados na atmosfera. O número de danos e agressões causados e que estamos causando em todo ecossistema é infinitamente maior do que as ações de recuperação e resgate de tudo aquilo que é essencial para nossa sobrevivência.
Um exemplo desse descaso está ocorrendo em nossa própria cidade, que apesar de ser administrada pelo PV, cuja sigla significa Partido Verde e que tem como principal ideologia a preservação e a recuperação do meio ambiente, não vem fazendo muito por ele.
Desmatamentos, como o citado em meu artigo anterior, no qual a menos de 10 metros de uma refrescante cascata, localizada em uma propriedade atrás do Camping Quedas D’Água, parte da mata foi derrubada e transformada em uma pequena roça de uns 300m².
Talvez por falta de fiscalização, informação ou acompanhamento técnico é que isto esteja acontecendo, pois se trata de uma roça para consumo pessoal e não comercial, mas infelizmente a agressão já foi feita, o que não ocorria na época em que tínhamos uma ótima equipe do Meio Ambiente. Quem não se lembra da famosa Rural Laranja e sua equipe que era comandada pelo Arcílio Bragagnolo e que tinha integrantes como Cássio Honório, Marcel Milano, entre outros? Ótimos profissionais, com projetos e ações de fiscalização e conscientização para a preservação do Meio Ambiente e captação de águas de forma consciente e inteligente para o meio ambiente. Trabalhos que se tivessem tido continuidade, com certeza, teriam evoluído, pois já se passaram mais de oito anos. Ao contrário, paramos no tempo!
Mas o maior problema de todos é... o que falar para minha filha de doze anos, depois que volto da minha pedalada com os amigos do referido local, no qual a levei quando ela tinha apenas quatro anos, e que hoje nem mais tem o perfume daquela época, pois as árvores que semeavam as sementes e flores que forravam todo o local foram exterminadas com a agressão?
Talvez agora, com a possível criação de uma Secretária do Meio Ambiente as coisas melhorem e os trabalhos voltem a acontecer, pois em se tratando de meio ambiente, a humanidade está com uma bomba relógio na mão e seu mecanismo já foi acionado, porém cabe a nós, réles mortais, a missão de desativar ou no mínimo, adiar ao máximo o colapso total.
Está na hora de escolhermos... viver em um meio ambiente ou em um ambiente inteiro? Sabendo aproveitar tudo aquilo que nos foi deixado, usando racionalmente os recursos naturais, convivendo com a natureza e seus ciclos em harmonia.
Cabe a nós tomarmos a atitude, conscientizarmos cada vez mais, pois o problema já existe há tempos!Mas, como canta Ivan Lins “Desesperar Jamais”...

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