Questão de preferência
Num conhecido movimento de Igreja – a católica – seus participantes convivem com muitos slogans e brocardos, cujo conteúdo os ajuda a manterem-se afinados com a causa que abraçaram.
Um deles – prático, objetivo e verdadeiro. Cabível inclusive em qualquer modalidade de trabalho, circunstância e situação, tamanha é a sua aplicabilidade. Ao se tratar então da multiplicidade de obrigações que o próprio homem se impõe ou a isso se sujeita, sua validade é preponderante.
Que adágio, afinal, seria esse?
Ei-lo:
“Ter tempo é questão de preferência”.
Se a gente se distrai um pouco e não se organiza, começam a aparecer compromissos a cada dia e de toda espécie.
Com o passar do tempo e o acúmulo desmedido de funções e atividades, ocorre um primeiro erro, porque fatalmente se passa a dar preferência aos ambientes em função das pessoas que os freqüentam. Pois nem sempre esse critério será o melhor.
Pode haver situações em que a finalidade da instituição precise mais de você e até porque ela não recebe a cooperação merecida, ali sua presença é vital.
Esses pensamentos demonstram facilmente como os tempos mudaram. Ao se falar em mudança, é de se perguntar se ela se opera mais frutuosamente. Uma análise caberia sobre comportamentos de outrora em face dos de hoje. Sem cair no ramerrão do mero saudosismo, assegura-se que se vivia outrora com muito mais tranquilidade, menos sofreguidão e maior atenção a causas boas.
Para falar pouco, a sociedade ainda não se deu conta de qual percentual se consome, particularmente e no geral pelo poder público, em face da violência. Em particular, você se cerca de mil cuidados antes dispensáveis: muros, grades, guarda própria. O rol é infindável.
Preste um pouco a atenção: veja a figura de um desses heróis que compõem a chamada guarda nacional ou polícia especial, que atuam nos grandes centros, Rio e São Paulo com mais evidência. Uma roupa escura, botas, boné, calça e camisa a que se sobrepõe o colete à prova de bala, cinta, munição, fuzil. E roupas de baixo também, evidentemente. Só em vestimenta, indumentária, objetos, qual o custo de um desses protetores da sociedade, antes ainda de se falar em salário?
Homens e mulheres, crianças e adultos, as populações, viraram presa fácil do banditismo. O pior de tudo que todo esse aparato, necessário embora, jamais vai resolver a situação, porque o fulcro e as origens desse mal cresceram e se firmaram a tal ponto, que a legalidade jamais vencerá a violência. Não se ataca o mal na raiz. Perdeu-se o controle.
Cada pessoa, ao menos para se vir relativamente a salvo da barafunda em que se vive, deve priorizar momentos, selecionar lazeres.
E muito o ajudará, voltar ao conteúdo do jargão sábio e amigo:
“Ter tempo é questão de preferência”.
Use bem o seu tempo.
A experiência e a realidade indicam que nunca será possível nem recomendável pretender estar em todos os lugares e agregar metas novas sem programação.
Tanto que pode você talvez estar num meio em que pouco se aproveite do seu potencial, enquanto noutro lugar pessoas de sua qualidade façam falta.