Publicado: Sábado, 13 de janeiro de 2007
Rasgando o Calendário
O ano de 2006 chegou ao fim. Vamos colocar o novo calendário de 2007 na parede, num lugar bem prático e recomeçar tudo com o mês de janeiro. O importante é que o início do ano, apesar de todos os pesares, traz motivação de alegria ou entusiasmo diferentes, para as quais não encontro explicações racionalmente claras; admito-as porque a vida humana é envolta em mistérios e só constatamos a própria existência, sem quaisquer justificativas para entende-la. Talvez a Divina Providência nos concedendo o Natal, marco inicial do Cristianismo, nos contemple com aura especial, pois é muito freqüente, em todo início de ano tomarmos conhecimento dos nossos erros e nos imbuirmos de bons propósitos.
Talvez, ainda, a explicação para a sucessão dos anos se tornar cada vez mais rápida, se encontre em fundamentos econômicos, a ponto do indivíduo contrair dívidas em 24,36 até 60 meses, esquecendo-se de que se trata de 2, 3 e 5 anos! O progresso material estimula tudo e a tendência humana de adorar as novidades facilitadoras do conforto, indiretamente repercute na passagem do tempo que, de longo, exaustivo ou penoso, pode se tornar rápido, ameno, agradável, e por conseqüência mais curto.
É inevitável, porém, que envelhecemos. Tecer considerações sobre o envelhecimento é assunto rejeitado sumariamente pelos jovens que apenas refletem sobre o acréscimo dos anos, calculando quando tempo dispõe para usufruir a vida. Isso, como já salientei alhures, é conseqüência de habitarmos país jovem onde a vida está sempre sendo encarada com entusiasmo ou ardor juvenil.
Complicado mesmo, com a inexorabilidade da passagem dos anos é que os envelhecidos, facilmente, entram em depressão. Digo facilmente porque a formação religiosa, nos dias atuais, se encontra bastante deficiente, dado o insignificante número de operários para a messe, e assim o idoso ao invés de se preparar para a outra vida (para onde em breve será destinado), tenta se rejuvenescer de todas as formas, inclusive praticando esportes, freqüentando academias, “universidades” para a chamada terceira idade, etc.
Nada contra desempenho de atividade físicas ou intelectuais, mas há de se lastimar a carência de instrução sobre o fim último do homem e as melhores condições para enfrentar os fatídicos e derradeiros momentos, pelos quais todos terão de passar.
Com o envelhecimento da população, normal e favorável, segundo as estatísticas, há necessidade de nos prevenirmos, porque é bem chocante ver o cidadão mais velho sendo desprezado pelos mais moços ou os mais velhos querendo imitar os mais jovens em tudo, inclusive nas vestimentas toleráveis ou adequadas somente para pessoas jovens.
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