Recadito II
Recadito? Sim, me lembro de que alguma vez já produzi trabalho sob essa denominação.
Daí que, cuidadosamente, hoje, se faça desde o início essa confissão: Recadito sim, mas o segundo ou, para ser mais explícito ainda, nomeá-lo por isso de Recadito II. Um quase artigo, diga-se. Algo rápido e repentino, de passagem apenas.
Vale a advertência porque em mais de meio século assíduo na imprensa, recuso-me a recorrer ao expediente de repetir qualquer crônica anterior. Na oportunidade do Recadito anterior, sequer saberia dizer de pronto qual o foco apresentado. Até me asseguro de garantir que, na parecença de títulos, o conteúdo então há de diferir integralmente deste de agora.
Não fizera naquela ocasião – disso estou certo – lembrar ao público que, de rigor, a expressão Recadito nem vocábulo é. Os dicionários e vocabulários oficiais não o contemplam. Aqui para nós, numa concessão amistosa, significa até o óbvio de tão fácil dedução: cuida de se fazer texto curto, mero recado, menor ainda então, “recadito”. E não me parece a mim seja um termo criado que complique ou não agrade. Expediente facultado aos cronistas, esses colaboradores que criam tudo do nada e ao repente.
Importante mesmo que agora precisamente, a esta hora, o começo do dia 21, neste janeiro criança de um 2017 novinho, apresenta-se uma senhora conhecida como “madrugada”.
O presente Recadito traz o cunho – necessário dizer – de perfilar-se com o hábito rigorosamente mantido, da apresentação de crônicas semanais na mídia local. Diga-se claramente então que esta visita ao leitor se destine a preencher uma lacuna da semana finda, eis que deveria datar-se de 15 de janeiro último. Em meados desta semana entrante, pois, vai o leitor encontrar a matéria correta para a data de 22 e assim manter inalterada a cuidadosa fidelidade semanal.
Quando se lançaram os primeiros escritos nem poderia mesmo se imaginar essa exatidão e fidelidade de vir a público rigorosamente a cada sete dias. Não fora projeto calculado. Aconteceu.
Digam-no, a “Folha de Itu”, “O Trabalhador”, a “Tribuna Ituana” e, acima de tudo, a secular “A Federação”. Os primeiros passos e antecedentes aos aqui relembrados, de rigor, foram dados no boletim mensal “Salve Maria”, folha mantida até hoje pelos marianos do Carmo. Hoje, me vejo aceito generosamente neste portal da cidade, caracterizado ele pelo gênero acolhedor, diversificado, ilustrado e noticioso.
Tudo explicado e justificado, então, como fecho da visita semanal, sirva ainda uma breve consideração sobre ocorrências simultâneas e correlatas, coincidentes mesmo, destes dias.
Uma comprovação que põe lado a lado, frente à frente, a imprevisibilidade do futuro e mais um caso concreto.
Na liturgia católica, Ano “A” (do evangelista Mateus, 4, 12-17), deste domingo, 22, convida-se a que todos estejam preparados “porque o reino dos céus está próximo”. A menção é genérica mas não se prende ao final dos tempos em interpretação larga, fim do mundo. A proximidade no sentido bíblico se refere objetivamente ao inesperado da morte a todo ser humano.
E não foi de profunda desdita e comoção popular o acidente que vitimou os cinco ocupantes de um pequeno avião, caído na bacia de Paraty? Quase repetição da queda de helicóptero nas mesmas águas, anos atrás.
O texto sagrado e o fato, lado a lado.
Deveras, o reino dos céus está sempre próximo.