Re-conhecendo Portugal
Depois de três anos em terras de Jorge Amado resolvi dar um refresh no Velho Mundo, retornando ao lugar onde vive doze anos, Lisboa.
Não faz parte do meu perfil discutir situação política e econômica, portanto vou logo ao tema: Quinta da Regaleira, em Sintra.
Que lugar é esse!!!!!!!!!! Ainda não conhecia e estava precisando-me maravilhar, portanto apanhei o comboio e lá fui eu!!!
Para começar a estação de comboio de Sintra parece de filme antigo, uma graça, muito romântica em cada pormenor. Seguindo pelas calçadas, visuais lindos da serra e do mar.
Várias esculturas dividem espaço conosco no caminho até o centro de Sintra. Andando mais um pouco avistamos o maravilho Palácio da Regaleira. É de tirar o fôlego!!
Entre jardins, torres, fontes, grutas, capelas, estufa, o mais incrível foi o “Poço Iniciático”, uma torre invertida, que se aprofunda 27 metros no interior da terra, com uma imensa escadaria em espiral. Muito louca a sensação! Quando descemos essa escadaria encontramos a queda de uma cascata e atravessamos uma gruta chegando a outro jardim.
Várias esculturas e caminhos diferentes, flores e lagos permeiam o jardim.
Um dos proprietários da emblemática propriedade foi Carvalho Monteiro, que entre 1898 e 1912 transformou-a em seu lugar de eleição, dando-lhe as atuais características. O arquiteto responsável pela obra foi o italiano Luigi Manini, que o absorveu durante 14 anos!!!! Incrível!!
Vou transcrever uma citação que está no mapa da Quinta:
“Enquanto representação do cosmos, o jardim é aqui revelado pela sucessão de lugares imbuídos de magia e mistério. A demanda do paraíso é materializada em coexistência com um mundus inferus – um dantesco mundo subterrâneo – ao qual o neófito seria conduzido pelo fio de Ariadne da iniciação. Concretiza-se entre os vários cenários a representação de uma viagem iniciática, qual vera peregrinatio mundi, por um jardim simbólico onde podemos sentir a Harmonia das Esferas e perscrutar o alinhamento de uma ascese de consciência, em analogia com a demanda do Ser que ressalta das grandes epopeias.
Nestes domínios vislumbram-se referencias à Mitologia, ao Olimpo, a Virgílio, a Dante, a Milton, a Camões, à missão templária da Ordem de Cristo, a grandes místicos e taumaturgos, aos enigmas da Arte Real, à Magna Obra Alquímica.
Esta sinfonia de pedra – cinzelada pelas maõs de construtores de Templos imbuídos num verdadeiro espírito de Tradição – revela a dimensão poética e profética de uma Mansão Filosofal Lusa.”
Não basta falar, você tem que sentir!
Mais uma dica de viagem na terra de Cabral!