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Publicado: Sexta-feira, 19 de março de 2010

Renascer Diário (II)

O título merece mais de uma crônica. Localizei a que escrevi em novembro de 1996 e resolvo reproduzí-la por entendê-la simples e com mensagem fundamental. Apenas tenho a acrescentar, decorridos tantos anos (13), que prossegue intensamente a laicização da sociedade, sobretudo através da dissolução dos costumes com o irrestrito permissivismo sexual, com plena anuência do feminismo irresponsável. Vamos transcrever aquela singela crônica para desanuviar as fatigadas mentes, cultivadoras dos dotes espirituais da verdadeira raça humana.

 “Todos os dias recomeçamos a vida. Para cada um, ela é diferente. Para muitos, talvez a maioria, se equipara a filme de longa metragem ou romance e assim , não há tempo a perder para se chegar ao fim.

Outros, todavia, têm apenas episódios - flashes do cotidiano-, e ficam na expectativa do que poderá ocorrer. E assim, passam-se anos e anos num renascer diário. Costuma-se dizer que vai tudo bem, se a saúde predomina. Sendo de carne e ossos, estamos sujeitos à deteriorização. Por isso, temos de nos precaver, agindo e vivendo com cautela, objetivando a própria conservação.

No romance ou nos episódios do dia a dia , as cenas variam.Gostaríamos que tudo fosse maravilhoso e alegre, porém tanto no romance como na vida real o enredo não segue tal escopo. Há os desentendimentos, os choques de opiniões. E pior: quando as idéias negativas e conflitantes se materializam, chega-se à vias de fato, às revoluções, às guerras.

Tentamos entender o porquê de tudo isso.Ou, em outras palavras indagamos : por quê não podemos viver em paz, conseguir longa sequência de tranquilidade, fruir pacificamente o dia a dia ? A resposta já foi dada em outras ocasiões,  todos bem intencionados a conhecem e paira no ar : a ausência de Deus.

O conspícuo Padre Leonel Franca já nos idos de 1934 escrevera : "ora, o grande crime da humanidade moderna, que se encontra na origem dos males que nos assoberbam é a sua  apostasia social. Pela primeira vez na história o homem tentou organizar a vida com os seus semelhantes prescindindo de Deus. A religião que foi sempre e em todos os povos a alma das sociedades , passou para muitos a uma simples questão de interesse privado..."

Mais adiante: "Mas de Deus não se pode prescindir; o infinito não tem sucedâneos. Uma sociedade que se pretende conservar, como se Deus não existisse, está destinada a uma dissolução total"( O Problema de Deus , pgs.21,22, destaque nosso).

Bombardeados pela mídia, a deusa pagã de nossos dias somos dominados pela atmosfera das emoções (trágicas e incontornáveis), do consumismo (preenhe de prazeres) e com isso não temos condiçõs de pensar, de solucionar os conflitos, de viver em paz.

Esperamos porém, que a graça divina nos toque e um dia vençamos aquela deusa e o seu séquito perverso e avassalador.Iremos então nos defrontar com a alegria e a ventura no renascer diário”.

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