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Publicado: Segunda-feira, 21 de março de 2016

Repetição repetida

Repetição repetida

As crônicas, neste espaço e de há muito, tem sido postadas, sempre que possível ao final dos sábados.

Às vezes e por exceção, aparecem com atraso de um dia, dois no máximo, como acontece agora.

Os fatos atuais – predominantemente pela pressa e também com alguma falta de senso – mais confundem na mídia em geral, do que informam ou esclarecem.

Atribua-se ou pelo menos seja dividida essa anomalia, com a precipitação dos informes e desencontros apaixonados de todas as partes e, em especial dos dois lados que nesta conturbada trama política se digladiam atualmente.

Repetir seria ocioso, que ambas as correntes políticas nacionais são profunda e inegavelmente incorporadas ao extremo do que possa entender e praticar em termos de uma corrupção desenfreada e contumaz. Nesse meio apodrecido nada se salva e tampouco fazem exceção à Brasília, façanhas de igual quilate na área estadual e municipal.

O que é o Brasil de hoje, senão o reflexo vergonhoso comentado até na mídia internacional? Quem se salva nesse amálgama de descaramento e desordem? Nada nem ninguém, no espectro mal cheiroso dos Executivos e Legislativos.

“Repeteco”da repetição repetida.

Uma réstia de esperança assomou no fim da linha, perante a energia do Judiciário que afinal reagiu, para evitar não seja ele também levado de roldão, nunca por improbidade mas por displicência.

A esperança surgiu exclusivamente aí, na Justiça. Esta, também integrada por pessoas, tem tido também às vezes seus cochilos ou ímpetos de extravasamento, na sua área específica, tudo e todos a dar palpites.

Resulta em que, como salvaguarda e âncora única hábil a evitar soçobre a barca, o Supremo Tribunal Federal compareça e atue.

Bem, para ao menos um pouco de brilho e luz mais clara nestas considerações, há dois pontos a serem considerados.

Numa crônica recente (22.12.16), à qual se atribuíra o título de “Onda Insana”, tentou-se explicar que das multidões soltas nas ruas, a favor e contra, nem um décimo de seus integrantes teria o senso do que realmente acontece nos subterrâneos de Brasília. Dessas turbas, podem desde logo serem colocadas as duas tendências num mesmo e igual prato: o desconhecimento do que corre nos bastidores políticos, ao lado da maneira vaga e automática do instante em que se vota nas eleições.

Desconhecimento e despreparo.

“Repeteco” da repetição repetida.

Eleição – o próprio vocábulo se explicita – é escolha e não procedimento marcado pelo automatismo inglório e dispersivo.

E dizer-se que ainda neste ano de 2016 se há de operar nova eleição!

Data de mesmice e falta de senso.

Nada vai mudar, eis que eventuais candidaturas sérias receariam serem comparadas aos abusados de sempre.

Sugiro e espero então que o façam, a leitura de artigo assinado pelo jornalista-responsável do jornal Periscópio, Ivan Nalini, página 2, edição de 19 deste. Ali, com propriedade, conduziu com outras palavras e melhor apropriadas, o sentido do mesmo tema explanado na crônica “Onda Insana”, já citada.

E não houve aí coincidência de opinião, até porque essa premissa inexiste, - a das coincidências, -  clarificadas pela oportuna, zelosa e tempestiva providência, que é divina.  

A título de confirmação dessa crença firme e assentada, é que justamente hoje, 21, entre outros trechos na liturgia da missa, na primeira leitura (Isaías 42, 2-4), se lê:

“ ... Ele não clama nem levanta a voz, nem se faz ouvir pelas ruas.

Não quebra uma cana rachada nem apaga um pavio que ainda fumega, mas promoverá o julgamento para obter a verdade.

Não esmorecerá nem se deixará abater, enquanto não estabelecer a justiça na terra ... “

Para finalizar, se no Estado e na União ainda não há como certificar esperanças, o que pensar do quadro desenhado para Itu no outubro vindouro? 

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