reservado
*Reservado* Com assentos reservados, na medida da lei, aos mais necessitados, o ônibus viajava vazio e fermentando o barulho contínuo do elevador de cadeirantes batendo na porta de embarque. Na altura do paço municipal subiu um franzino rapaz que foi desabar num desses assentos, espaçosamente com os joelhos afastados e esticando sua perna esquerda até alcançar o apoio de pés da poltrona ao lado. Nem bem engatara a segunda marcha e o coletivo parou novamente para entrar um casal com uma criança de colo. Entrando na avenida parou de novo, mas desta vez o motorista desceu e foi manobrar a plataforma para embarcar um jovem e sua cadeira de rodas, depois lhe afivelar no cinto de segurança. Quando voltou ao volante a gorda vinha descendo a ladeira e acenando de longe para que esperasse; sentou ao lado do rapaz. A viagem seguiu sem interrupção, cortando toda a cidade até chegar ao terminal intermediário e subir um velho pela porta traseira. O rapaz, apressadamente, abusou da cortesia cedendo seu assento.