Ressurreição e Páscoa
Nas festividades da Páscoa, temos de dar preferência ao tema Ressurreição. Não só à Ressurreição de Jesus, Deus dos cristãos, como à nossa própria ressurreição que ocorrerá no final dos tempos Por se tratar de assunto de absoluta fé impregnado de mistério e talvez por isso não entusiasmador e temeroso, é relegado, a segundo plano.
Diz S. Paulo, em uma de suas epístolas que se Cristo não ressuscitou é vã a nossa fé. Então, nas reflexões teológicas que as festividades pascais nos ensejam, é conveniente relembrar que Jesus Cristo, teve morte na cruz e após três dias encerrado em túmulo, saiu vivo do sepulcro onde o colocaram, permanecendo ainda 40 dias na Terra antes de ascender aos Céus.
Isso é dogma de fé e constitui trecho do Símbolo dos Apóstolos ou Credo, oração fixa, tradicional e constante dos católicos. A Ressurreição de Jesus ocorreu no chamado domingo de páscoa, no terceiro dia após a sua morte de cruz, na sexta-feira.
Após esse acontecimento, Jesus apareceu às santas mulheres, irmãos de Emaús e no cenáculo aos seus discípulos, permanecendo 40 dias na Terra, antes do seu definitivo retorno à casa do Pai. A descrição e narrativa desses fatos constam dos Santos Evangelhos.
No que diz respeito à nossa própria ressurreição, a dificuldade acontece porque o assunto é pouco ventilado (a messe é grande, poucos os operários), não nos omitindo também em afirmar que as atuantes “forças ocultas” e legião de iníquos obstaculizam ao máximo o eventual progresso espiritual dos cristãos redimidos.
Por isso, em esclarecimento, transcrevo informação constante da Bíblia Sagrada, edições Theológica, vol.II, pg. 761: “ora bem, a ressurreição de Cristo não é somente o fundamento da nossa fé, mas –dada a íntima e vital união com Ele radicada no Batismo- também a esperança que temos na nossa própria ressurreição. Porque, tendo ressuscitado Cristo, temos esperança certa de que também nós ressuscitaremos, visto que é forçoso que os membros sigam a condição de sua cabeça.”
S. Paulo ainda explica a causa eficiente da nossa ressurreição “mediante o paralelismo antitético entre Cristo e Adão:porque tendo vindo por um homem a morte, também por um homem vem a ressurreição dos mortos. Pois assim como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos serão vivificados”(pg.761/762, ob. cit.) .
Também, o Catecismo da Igreja Católica(pg.279 ed. Loyola), nos esclarece : “ o termocarne designa o homem em sua condição de fraqueza e mortalidade. A ressurreição da carne significa que após a morte não haverá somente a vida da alma imortal, mas que mesmo os nossos corpos mortais (Rm 8,11) readquirirão a vida.
Crer na ressurreição dos mortos foi, desde os inícios, um elemento essencial da fé cristã.”fidúcia christianorum ressurrectio mortuorum ; illam credentes, sumus A confiança dos cristãos é a ressurreição dos mortos; crendo nela , somos cristãos.”