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Publicado: Sexta-feira, 20 de julho de 2007

Rua Barão do Itaim

Sem dúvida alguma, a rua Barão do Itaim é uma das mais visitadas por turistas, estudantes e pesquisadores. Localiza-se no eixo histórico de Itu e nela encontra-se a Casa do Barão situada entre o Largo do Carmo (Praça da Independência) e a Igreja Matriz Nossa Senhora da Candelária, exemplo típico do barroco paulista.

Desemboca na Praça da Matriz (Padre Miguel), onde deparamos com o folclórico Orelhão e o gigantesco Semáforo, pontos turísticos pitorescos da cidade.

O atual museu Republicano foi casa de Carlos Vasconcelos de Almeida Prado e sede de uma das mais importantes reuniões republicanas do país, na qual se lançaram as bases para o Partido Republicano Paulista (PRP). Hoje, abriga quadros, mobílias, peças, ferramentas utilizadas para castigar escravos e outros ítens que tornam o local um importante centro para a memória da história do Brasil.

Já a Igreja Matriz da Candelária abriga um dos mais importantes acervos da arte barroca do estado de São Paulo, com peças ornamentadas em ouro e imponente altar com colunas salomônicas. Com certeza, é um dos pilares que justificam o título de Roma Brasileira a Itu. O templo não foi, originalmente, o centro religioso de Itu, contudo, uma vez concluído, em 1780, tornou-se referência da religiosidade ituana. Idealizado pelo padre João Leite e pelo padre José Barros Dias, a Igreja Matriz ituana foi erguida graças ao trabalho dos escravos, que transportavam a matéria-prima (terra, barro, pedras etc.) de Sorocaba para Itu utilizando força humana, animal e carroças. Grande parte da obra foi financiada por proprietários de terra e de engenhos de açúcar.

Segundo o site Memória Cultural, patrocinado pela Petrobrás, nenhuma outra cidade do estado possui monumento religioso do porte da Matriz da Candelária, o maior monumento do barroco paulista.

O próprio Barão do Itaim financiou uma parte do douramento da igreja e sua esposa, a baronesa Ana Eufrozina, mandou construir a gruta de Nossa Senhora de Lourdes, uma réplica da francesa.

Além das imagens e dos ornamentos em ouro, a Matriz de Nossa Senhora da Candelária possui riquezas artísticas, como a pintura do teto da Capela Mor, telas e esculturas da sacristia. Foi concluída em 1784, e encontra-se em fase de restauração.

Barão do Itaim
Antiga rua do Carmo, ou rua Direita Oriental, em seus primórdios, consta oficialmente em uma planta da vila de Itu em 1825, porém, provavelmente suas habitações datam de antes desta data, entre 1812 e 1815, quando foram construídas as primeiras casas no local.

O nome da rua homenageia Bento Dias de Almeida Prado, conhecido como Barão do Itaim, que foi uma personalidade influente no contexto político ituano na segunda metade do século XIX.

Nascido em 16 de julho de 1821, Bento Dias de Almeida Prato era latifundiário, dono de um grande número de escravos, mas acabou entrando para a história do município justamente pelo fato de, em 1884, portanto quatro anos antes da Abolição Oficial da Escravatura, ter concedido liberdade à mão-de-obra negra que trabalhava em suas terras. Na época, suas terras contavam com 113 escravos, que ganharam a liberdade sob a condição de continuarem a trabalhar por dois anos em suas propriedades, desta vez, como assalariados.

No mesmo ano, concedeu aos escravos libertos uma parcela do rendimento obtido com a safra de açúcar. Recebeu o titulo de Barão do Itaim em 1885, época em que também acumulou o cargo de capitão da Guarda Municipal, atingindo o posto de major em 1893.

Também exerceu cargos públicos, cumprindo mandato de vereador, e foi provedor da Santa Casa de Misericórdia de Itu e zelador do hospital dos Lázaros.

O Barão foi uma figura de destaque na estrutura econômica e na política ituana do Tempo do Império. O seu nome ficou indelevelmente registrado nas crônicas e na história local, e dá nome a essa importante via pública do centro histórico, que anteriormente chamava-se rua do Carmo. O prédio de dois pavimentos foi demolido quase ao fim da década de 1940. De sua existência restaram lembranças orais, anotações em documentos cartoriais e uma ou outra fotografia.

Faleceu em 17 de fevereiro de 1908.

Tendo vivido sempre em Itu, o local onde ergueu sua casa, atual Casa do Barão, foi reformada para abrigar a Prefeitura Municipal e a Câmara dos Vereadores. Em 1950, o local passou a abrigar exclusivamente a Prefeitura e hoje, está anexado ao Museu Republicano que é administrado pela Universidade de São Paulo, e patrocina cursos e eventos culturais.
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